São Paulo, domingo, 06 de novembro de 2011

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A LIÇÃO DA FOXCONN AOS COMISSÁRIOS

O ex-secretário de Estado americano Henry Kissinger, com a experiência de 40 anos de altas transações com os chineses, ensina: eles jogam go, onde se busca cercar o adversário, enquanto os americanos jogam xadrez, visando a destruição do outro. O governo brasileiro, que joga futebol para encantar a torcida, está levando uma surra da empresa chinesa Foxconn, que fala o mínimo, promete nada e transforma os negociadores de Pindorama em prisioneiros de suas próprias promessas.
Em abril, quando a doutora Dilma foi à China, seu governo informou que a Foxconn pretendia fabricar iPads e monitores no Brasil, investindo US$ 12 bilhões, empregando até 100 mil pessoas em até seis anos.
A Foxconn tem interesse em fabricar os equipamentos, mas queria a eliminação de obstáculos tributários absurdos, facilidades trabalhistas e alfandegárias. Levou. Queria facilidades alfandegárias e obras de infraestrutura nas localidades onde pretende se instalar. Está levando. E os US$ 12 bilhões? Nem tanto, talvez algo entre US$ 4 bilhões e US$ 6 bilhões. O velho e bom BNDES precisa entrar no negócio. Vai entrar. Precisa aparecer um sócio brasileiro. Ainda não apareceu.
E o iPad? Em abril informou-se que já havia navios de contêineres a caminho do Brasil e que as vendas começariam em julho. Nada. Ficou para o Natal. Nada. Agora fala-se em "primeiro semestre de 2012".


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