São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

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Tiririca diz ainda não saber "bem" o que deputado faz

Depois de três meses, humorista rompe silêncio e afirma que lê e escreve

Entrevistado pela TV Record, onde trabalha, palhaço disse não ter raiva de promotor que fez denúncia contra ele


FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

O deputado federal eleito Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o palhaço Tiririca, afirmou ontem, em entrevista à TV Record, que continua sem saber "bem" o que faz um congressista na Câmara dos Deputados.
"Na realidade [antes] eu não sabia, antes de ler o livro do negócio [sic], como funciona. Aí, na realidade, agora, eu ainda não estou sabendo bem. Mas quando chegar lá eu vou saber. Deixa eu chegar lá. Tô chegando", disse.
Ele rompeu o silêncio, que manteve durante três meses, e concedeu a primeira entrevista desde que foi acusado pelo Ministério Público de analfabetismo e de ter omitido bens à Justiça Eleitoral. Na semana passada, o humorista foi absolvido.
"Fui lá e fiz o teste. Não era obrigado, mas fui fazer. Sei ler e escrever, pode ficar tranquilo", disse ao programa "Domingo Espetacular". Ele é funcionário da emissora.
Tiririca afirmou não guardar rancor do promotor Maurício Lopes, que o denunciou por falsidade ideológica e analfabetismo. Na semana passada, o promotor afirmou vai recorrer da decisão que absolveu o humorista.
"Eu acho que ele tá fazendo o trabalho dele. Só peço a Deus que na cabeça dele não tenha tanta raiva, tanto ódio de mim", afirmou Tiririca. "Eu não tenho raiva nem ódio de ninguém."
Questionado se já se imaginou discursando em um púlpito da Câmara, Tiririca respondeu: "Na verdade, não sei nem o que é púlpito".
"Nós estamos estudando o negócio de chegar lá e poder falar legal. Acho que vai ser um pouco difícil falar legal, mas vou tentar", disse rindo.
O deputado eleito contou ter dito à sua mulher que achava que não seria eleito.
"Falei que eu ia tirar uns 5.000 votos [teve 1,3 milhão]. Nós levamos a campanha na brincadeira. Achava que a galera ia levar na brincadeira", afirmou.


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