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EUA irá cooperar com o Brasil em ações antitráfico na Bolívia
Técnicos dos três países iniciam conversas para desenhar acordo
ANDREA MURTA
DE WASHINGTON
Os EUA estão cooperando
com o Brasil no programa antidrogas que o novo governo
planeja para subsidiar ações
contra o tráfico na Bolívia,
afirmou à Folha o Departamento de Estado americano.
A intenção é evitar que os
programas dos dois países
compitam, disse Susan Pittsman, porta-voz do birô do departamento que lida com
ações antidrogas.
O programa brasileiro foi
anunciado no começo da semana pelo ministro José
Eduardo Cardozo (Justiça).
Ele disse que haverá monitoramento maior na fronteira.
O vice-ministro da Defesa
Social da Bolívia, Felipe Cáceres, já confirmou que o
país aceita o subsídio brasileiro e disse que técnicos dos
dois países trabalham atualmente em La Paz para desenhar um acordo antitráfico.
Os EUA afirmam ver as notícias com bons olhos, mas
Pittsman se negou a entrar
em detalhes sobre as negociações "por temer atrapalhar as conversas".
EUA e Brasil têm abordagens diferentes sobre o tema.
O primeiro defende a erradicação de cultivos e militarização. O Brasil apoia o esforço boliviano e compartilha
estratégias de inteligência.
Brasil e Bolívia já fizeram
vários acordos de cooperação no passado, que incluem
treinamento, troca de inteligência e monitoramento.
As parcerias sofreram abalo no ano passado, quando o
então candidato à Presidência José Serra (PSDB) acusou
La Paz de ser cúmplice do
narcotráfico devido à grande
quantidade de drogas bolivianas que chegam ao Brasil
(cerca de 59% da cocaína que
entra no país vem da Bolívia,
segundo o ex-diretor geral da
PF, Luiz Fernando Correa).
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