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Jovens podem puxar economia, diz banco
Para Banco Mundial, país deve aproveitar que força de trabalho supera idosos e crianças para enriquecer
Em 2050, 29,7% da população terá mais de 60 anos; o patamar é superior ao do Japão e próximo de europeus
JANAINA LAGE
DO RIO
Em um estudo divulgado
ontem, o Banco Mundial disse que o Brasil está passando
por um momento especial
em seu perfil demográfico e
que deveria aproveitar essa
oportunidade para crescer.
Segundo o relatório "Envelhecendo em um Brasil
mais velho", a população em
idade de trabalho no país hoje supera o número de pessoas consideradas dependentes -idosos e crianças.
Nas projeções do banco,
essa característica poderá ter
efeito benéfico de até 2,48
ponto percentual por ano no
PIB per capita -soma de
bens e serviços produzidos
no país, dividida pelo total de
habitantes- nas próximas
décadas.
Com uma parcela maior de
pessoas no mercado de trabalho agora, a tendência é de
que esse seja um período favorável para mais poupança
e crescimento.
Depois de 2020, o crescimento da população será puxado pelo aumento no número de idosos.
Para que esta etapa se converta em uma herança de
crescimento para as próximas décadas, o banco diz
que o país precisa implementar rapidamente uma série de
mudanças nas políticas públicas e se preparar para os
efeitos sociais, econômicos e
culturais do envelhecimento.
Ao contrário da experiência de outros países, o Brasil
está ficando velho antes de ficar rico. Na França, a duplicação do percentual de idosos na população levou mais
de 100 anos. No Brasil, o processo levará duas décadas.
Em 2050, o país chegará a
uma proporção de 29,7% de
idosos -superior ao europeu
e próximo ao do Japão.
"Com as políticas adequadas é possível envelhecer e se
tornar desenvolvido ao mesmo tempo", afirmou o diretor
do Banco Mundial para o
Brasil, Makhtar Diop.
As mudanças necessárias
envolvem aumento dos investimentos em educação,
qualificação profissional e
aumento da produtividade.
Além disso, o estudo destaca a necessidade de adaptar o sistema de saúde e reformar o sistema previdenciário
para torná-los mais eficientes e reduzir os estímulos à
aposentadoria precoce.
O secretário-executivo do
Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas,
afirmou que a sociedade não
comporta mais a aposentadoria aos 50 anos.
"Com uma expectativa de
vida de 80 anos, por exemplo, um trabalhador que se
aposente aos 50 vai receber o
benefício por um tempo superior ao de contribuição."
Sem dar detalhes, afirmou
que o Ministério está elaborando um estudo sobre o modelo previdenciário brasileiro. O estudo mostra que em
2050 o país gastará quase um
quarto do PIB (Produto Interno Bruto) no pagamento de
pensões e aposentadorias.
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