São Paulo, quarta-feira, 07 de julho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Largada da campanha tem foco no social e confusões

Aglomeração de militantes leva Dilma a cancelar participação em almoço

Serra é recebido com foguetório em Curitiba, ouve coro pró-Dilma e critica ausência da petista em debates


DANIELA LIMA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
DIMITRI DO VALLE
DE CURITIBA

O primeiro dia de campanha oficial dos dois principais candidatos à Presidência da República, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), foi marcado por promessas na área social e confusão nas ruas.
A largada da campanha do tucano, em Curitiba, combinou improviso, provocação de eleitores rivais e show pirotécnico. Em discurso, ele prometeu dobrar o número de famílias atendidas pelo Bolsa Família, uma das principais ações sociais do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (leia mais na pág. A9).
A chegada de Serra, acompanhado do candidato a governador do Paraná pelo PSDB, Beto Richa, foi anunciada por foguetório, com apoio de um canhão de ar, equipamento portátil que lançava confetes e serpentinas sobre a comitiva.
Os primeiros minutos da caminhada foram tumultuados. Richa e Serra foram cercados por um batalhão de fotógrafos e cinegrafistas. Quem estava fora do cerco não podia enxergar o que acontecia ali dentro.
Mais adiante, Serra subiu em uma cadeira e, de megafone, agradeceu à multidão.
De um prédio vizinho, enquanto o tucano falava, um coro começou a gritar "Dilma, Dilma, Dilma". Os simpatizantes em volta do tucano perceberam e responderam em maior número: "Serra, Serra, Serra".
Na coletiva e durante visita a obras sociais da prefeitura, Serra criticou a ausência de Dilma nos debates.
"O que eu quero mesmo é poder debater. Se quiserem ponham [cada um] até numa gaiola de vidro. Digo isso até para estimulá-la a debater."
O senador Alvaro Dias (PSDB), que chegou a ser indicado para vice na chapa de Serra, não participou dos eventos. O presidenciável disse que "circunstâncias políticas" não deixaram que Dias estivesse em sua chapa.
O candidato tucano gravou também depoimentos para o horário eleitoral.

ARTEFATO ELEITORAL
Em Porto Alegre, Dilma buscou reforçar sua ligação com o governo Lula, tática traçada por sua campanha.
"Vou ressaltar o meu compromisso com a questão social, que foi e será sempre o que nos distingue dos nossos adversários. Não há apenas diferenças de cores, mas duas visões de mundo. A questão social não pode ser vista como um artefato eleitoral, a ser esquecido e abandonado na primeira oportunidade", disse a petista.
Afirmou, também, que sua meta é transformar o Brasil em um país "desenvolvido".
O primeiro dia oficial de campanha de Dilma teve falhas de organização e um princípio de tumulto -ela nem sequer concluiu o último evento da agenda.
Já durante a primeira fala para a militância petista como candidata oficial ao Planalto, Dilma Rousseff foi interrompida três vezes, sempre por panes no microfone.
Ao final do evento, por conta da aglomeração de militantes, a ex-ministra deixou o ato na capital gaúcha e não participou de um almoço.


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