São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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VOLTAIRE DE SOUZA

O lado B

Garra. Vitalidade. Simpatia. O jovem deputado Peri Praiano aspirava a dirigir os destinos do país. Sua candidatura obtinha destaque nos meios de comunicação. Ele tinha sucesso junto a parcelas do eleitorado feminino. Estampa invejável. Ar bem disposto. Planos para a saúde e o esporte. Um convite inusitado chegou ao seu comitê eleitoral.
-Olha, Peri... estão ligando aqui de uma revista... -Legal. Qual é a proposta? -Querem fazer um ensaio fotográfico... assim, bem natural... No estúdio fotográfico da revista "A Executiva", Peri exibia o físico sarado. -Perfeito... agora... tirando a sunga, por favor... O jovem político consultou seus assessores de comunicação. -Só de ladinho... acho que tudo bem.
Foi um erro político. As câmeras revelaram estranhas tatuagens na anatomia posterior do candidato. Insígnias. Emblemas. Em torno da cintura, com caprichada caligrafia, alguns dizeres de espírito totalitário. "Supremacia branca". "...Klux ...Klan". "Sai pra lá, negão".
Peri diz que aquilo tudo foi uma bobagem da adolescência. E reclama da vida de candidato.
-A gente perde completamente o direito à privacidade. O ser humano, por vezes, é como uma revista erótica. A parte visual atrai em primeiro lugar. Mas também é importante prestar atenção no texto que vem atrás.


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