|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Veronica teve dados acessados duas vezes
Além da violação ocorrida em Santo André, servidora da agência de Mauá também consultou suas informações
Eduardo Jorge, Ricardo Sérgio e Luiz Carlos Mendonça de Barros também tiveram dados acessados em Mauá
SILVIO NAVARRO
CATIA SEABRA
DE SÃO PAULO
Os dados fiscais de Veronica Serra, filha do candidato
do PSDB à Presidência, foram acessados duas vezes,
em dois diferentes endereços
da Receita de São Paulo.
Além da quebra de sigilo
registrada em Santo André,
documentos da Corregedoria
da Receita revelam que os
dados foram acessados também na agência de Mauá.
Segundo documento da
Corregedoria da Receita, o sigilo fiscal de Veronica foi
acessado às 8h52mi20s do
dia 8 de outubro de 2009 com
a senha da servidora Addeilda Ferreira Leão dos Santos.
Segundo o registro, o acesso
durou 22 segundos.
O sigilo de Veronica já tinha sido violado em 30 de setembro na agência da Receita
de Santo André. O técnico em
contabilidade Antônio Carlos Atella Ferreira (então filiado ao PT) apresentou uma
procuração falsa para obter
na Receita os dados sigilosos
da filha do candidato tucano.
Com o documento falso
em mãos, a servidora Lúcia
Milan coletou as declarações
de Imposto de Renda de Veronica sobre os exercícios de
2007 a 2009 e repassou-as a
Ferreira no mesmo dia.
VIOLAÇÕES
Mais cinco pessoas, quatro
delas ligadas ao PSDB, tiveram o sigilo acessado em 8 de
outubro em Mauá. Segundo
a Receita, os dados do ex-ministro Luiz Carlos Mendonça
de Barros e de Gregorio Preciado, casado com uma prima de Serra, foram acessados três minutos antes.
No caso de Mendonça de
Barros, a busca durou três segundos (das 8h49min19s a
8h49min24s). No de Preciado, sete segundos. Diretor do
Banco do Brasil no governo
FHC, Ricardo Sérgio Oliveira
teve os dados acessados das
8h49min42 às 8h49min55s.
O acesso aos dados de
Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, consumiu
quase uma hora: das
9h33min25s às 10h22min34s.
Além deles, a senha da servidora foi usada no mesmo
dia para acesso aos dados de
Ronaldo de Souza.
Agora, a Receita vai confrontar os documentos apresentados para justificar as
consultas. A intenção é verificar "quais acessos estão
claramente revestidos de
motivação em serviço".
Ontem o presidente do PT,
Jose Eduardo Dutra, anunciou que pedirá à Polícia Federal que investigue a participação do jornalista Amau-ry Ribeiro Jr. no vazamento.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, acusou o PT de
"desviar a atenção da imprensa e da opinião pública", o que indica que as
ações no âmbito da Receita
têm "motivações políticas".
Apesar da repercussão do
caso, petistas se dizem tranquilizados por pesquisas internas segundo as quais o noticiário teria produzido pouco impacto na candidatura
de Dilma. Além da aridez do
caso, os eleitores se interessam em saber por que essas
pessoas têm algo a esconder.
Texto Anterior: Voltaire de Souza: O lado B Próximo Texto: Corregedoria adia desfecho de investigação Índice
|