São Paulo, terça-feira, 07 de setembro de 2010

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Dilma evita falar de violação na TV; Lula vai defender petista

Candidata afirma em comício que "essa mulher aqui vai ser a primeira presidente do Brasil"

Sobre acusação de que PT é responsável pelas violações, ex-ministra diz que isso só indica "desespero" dos tucanos


RANIER BRAGON
FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA
ANA FLOR
DE SÃO PAULO

Acusada por adversários de ter responsabilidade sobre a quebra do sigilo fiscal de políticos e pessoas ligadas ao PSDB, a candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, afirmou ontem que não pretende abordar o assunto na propaganda de TV.
Mesmo assim, o presidente Lula gravou na manhã de ontem uma nova participação para o programa de hoje, que deve servir como uma "vacina" sobre o tema.
Nos últimos dias, a campanha de José Serra (PSDB) vem usando parte do seu tempo para explorar o assunto e atacar a petista.
"Meu querido, eu pretendo não fazer isso [usar o programa para se defender]. Eu vou usar dos métodos legais para me defender. Abaixar o nível na campanha eleitoral eu não farei", disse, antes de seguir para Valparaíso de Goiás (40 km de Brasília), onde participou de comício com o presidente Lula.
Coordenadores da campanha de Dilma têm dito que avaliam diariamente o impacto das acusações feitas pelo PSDB, inclusive na TV, e que até agora a decisão é a de que não é proveitoso responder no horário eleitoral.
Dilma voltou a acusar os tucanos de não terem programa e de direcionarem um olhar "elitista" sobre a população. Segundo ela, a afirmação de que o PT e sua campanha são responsáveis pelas quebras representam "desespero e jogo eleitoral".
"Eles têm uma visão elitista. A população brasileira tem inteligência suficiente para perceber o que é desespero e jogo eleitoral e o que é sério", afirmou ela, ressaltando que defende uma "apuração rigorosa" acerca das violações.
Lula pediu que a corregedoria da Receita Federal e a Polícia Federal priorizem as investigações sobre quebra de sigilos, disse o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais), após reunião da coordenação de governo.
Segundo ele, Lula quer o esclarecimento do caso o quanto antes para evitar que a oposição continue a utilizar o episódio da quebra de sigilo para atacar o PT e Dilma.
Entre as pessoas que tiveram dados fiscais acessados de maneira ilegal está a filha de Serra, Veronica, e o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Os tucanos culpam Dilma e o PT pelas violações.
No comício em Valparaíso de Goiás, Dilma discursou como se já estivesse eleita e afirmou que a oposição, assim como teria medo que um metalúrgico desse certo na Presidência, tem medo agora que uma mulher dê certo.
"Mas vou falar pra vocês: essa mulher aqui vai ser a primeira presidente do Brasil", afirmou a candidata.


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