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Dilma evita falar de violação na TV; Lula vai defender petista
Candidata afirma em comício que "essa mulher aqui vai ser a primeira presidente do Brasil"
Sobre acusação de que PT é responsável pelas violações, ex-ministra diz que isso só indica "desespero" dos tucanos
RANIER BRAGON
FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA
ANA FLOR
DE SÃO PAULO
Acusada por adversários
de ter responsabilidade sobre a quebra do sigilo fiscal
de políticos e pessoas ligadas
ao PSDB, a candidata do PT à
Presidência, Dilma Rousseff,
afirmou ontem que não pretende abordar o assunto na
propaganda de TV.
Mesmo assim, o presidente Lula gravou na manhã de
ontem uma nova participação para o programa de hoje,
que deve servir como uma
"vacina" sobre o tema.
Nos últimos dias, a campanha de José Serra (PSDB) vem
usando parte do seu tempo
para explorar o assunto e atacar a petista.
"Meu querido, eu pretendo não fazer isso [usar o programa para se defender]. Eu
vou usar dos métodos legais
para me defender. Abaixar o
nível na campanha eleitoral
eu não farei", disse, antes de
seguir para Valparaíso de
Goiás (40 km de Brasília), onde participou de comício com
o presidente Lula.
Coordenadores da campanha de Dilma têm dito que
avaliam diariamente o impacto das acusações feitas
pelo PSDB, inclusive na TV, e
que até agora a decisão é a de
que não é proveitoso responder no horário eleitoral.
Dilma voltou a acusar os
tucanos de não terem programa e de direcionarem um
olhar "elitista" sobre a população. Segundo ela, a afirmação de que o PT e sua campanha são responsáveis pelas
quebras representam "desespero e jogo eleitoral".
"Eles têm uma visão elitista. A população brasileira
tem inteligência suficiente
para perceber o que é desespero e jogo eleitoral e o que é
sério", afirmou ela, ressaltando que defende uma
"apuração rigorosa" acerca
das violações.
Lula pediu que a corregedoria da Receita Federal e a
Polícia Federal priorizem as
investigações sobre quebra
de sigilos, disse o ministro
Alexandre Padilha (Relações
Institucionais), após reunião
da coordenação de governo.
Segundo ele, Lula quer o
esclarecimento do caso o
quanto antes para evitar que
a oposição continue a utilizar
o episódio da quebra de sigilo para atacar o PT e Dilma.
Entre as pessoas que tiveram dados fiscais acessados
de maneira ilegal está a filha
de Serra, Veronica, e o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Os
tucanos culpam Dilma e o PT
pelas violações.
No comício em Valparaíso
de Goiás, Dilma discursou
como se já estivesse eleita e
afirmou que a oposição, assim como teria medo que um
metalúrgico desse certo na
Presidência, tem medo agora
que uma mulher dê certo.
"Mas vou falar pra vocês:
essa mulher aqui vai ser a primeira presidente do Brasil",
afirmou a candidata.
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