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ANÁLISE
Potencial fez do programa alvo de loteamento de cargos
EDUARDO SCOLESE
EDITOR-ASSISTENTE DE PODER
Para quem sempre viveu
no escuro, o programa Luz
para Todos mexe com o cotidiano das famílias do campo
no interior do país.
O beneficiário passa a assistir à TV, bebe água gelada,
deixa de lado o gerador, puxa água do poço artesiano e
troca a fumaça do candeeiro
por uma lâmpada na sala.
Justamente por conta desse potencial, o programa passou a ser usado como propaganda. Ganhou selo do PAC e virou vitrine do governo.
Nessa estratégia, Lula
abraçou como 100% dele um
programa todo bancado por
Estados, distribuidoras e
consumidores. É da conta de
luz que sai cerca de 70% dos
custos do programa.
O alcance do Luz para Todos também entrou na esfera
eleitoral. Lula passou a apresentar Dilma Rousseff como
a "mãe" do programa.
O Luz para Todos foi criado em 2003, quando Dilma
era ministra de Minas e Energia. Mas foi inspirado em antigos documentos do PT e no
Luz no Campo, lançado em
2000 por FHC e que previa a
universalização do acesso à
luz elétrica até 2015.
Abraçado em Brasília pelo
marketing do Planalto, o programa nos Estados foi entregue de bandeja a aliados.
Em MG, um aliado de Hélio Costa (PMDB) foi colocado na coordenação regional.
Este nomeou antigos assessores, ex-prefeitos, ex-vereadores, ex-deputados e familiares de amigos para tocar o
programa. No MA, Edison
Lobão (PMDB) distribuía informativos no qual era apontado como o responsável pelo "fim do uso da lamparina".
O uso político e o loteamento, somados à insuficiência de material e de mão
de obra, além do alto custo
das ligações, ajudam a explicar o não cumprimento da
meta prometida por Lula e a
ausência hoje de fios, tomadas e lâmpadas na casa de
milhares de brasileiros.
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