São Paulo, domingo, 08 de maio de 2011

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Aumentos têm peso diferente em cada bolso

SÃO PAULO

A representante de vendas Cláudia Bocault, 34, não precisou ver os números da inflação para apontar rapidamente o que tem aumentado de preço nos seus gastos.
"Comer fora ficou mais caro", diz.
Com renda mensal superior a dez salários mínimos, ela afirma que o supermercado não é território do grosso das suas despesas: "Moro sozinha, não compro produtos básicos, como arroz e feijão. Mas percebi que a gasolina está ficando mais cara".

CARNE MAIS CARA
A Folha acompanhou três consumidoras, na última semana, em São Paulo. O objetivo era anotar o que, na lista de compras de cada uma delas, tinha subido de preço. A avaliação era feita pela própria consumidora, numa espécie de medição do que seria a sua inflação pessoal. Bocault consome itens importados e percebeu que esses produtos, como vinho e azeite, estão mais em conta.
A atriz Elvira Roethig, 56, diz que sente o aumento dos preços no supermercado. A renda da família é inferior a R$ 3.000 mensais.
Ela tem um consumo que se poderia chamar de racional. Compra o que acredita ser indispensável em casa.
Mas só leva em maior quantidade o que percebe que está barato. "É um investimento."
"Nos produtos básicos, como arroz, feijão e óleo, é melhor comprar da marca boa e comer pouco do que comer muito da marca ruim", opina. Nas despesas do mês, ela percebeu que os remédios para controlar a pressão ficaram mais caros.
A vendedora Angélica Santos, 30, mora sozinha em Barueri (SP). Todos os dias, pega ônibus e trem para chegar ao trabalho, na zona oeste de São Paulo.
"Gasto muito com transporte e com aluguel. E os dois subiram", conta a vendedora. Integrante da classe D/E, Santos raramente come fora.
Leva marmita para o trabalho. A carne sumiu do carrinho no ano passado. "Virei vegetariana, não faz falta", conta. Ela vai quase todos os dias ao mercado, atrás do melhor preço. "Ontem, eu olhei o macarrão instantâneo e não comprei, estava caro.
Hoje, eu achei mais barato e comprei". (MC)

FOLHA.com
Veja o comportamento das consumidoras no supermercado
folha.com/mm912695


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