São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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STF deve validar hoje decisão de Lula pela permanência de Battisti

Para governo italiano, decisão descumpriu determinação prévia do STF

FELIPE SELIGMAN
DE BRASÍLIA

Depois de mais de dois anos de indefinição, o STF (Supremo Tribunal Federal) retoma hoje a discussão sobre o destino do italiano Cesare Battisti e deverá validar a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que negou, no último dia de seu mandato, pedido do governo da Itália para extraditá-lo.
O caso já foi levado ao plenário do Supremo quatro vezes, quando os ministros decidiram autorizar a extradição de Battisti, deixando para o presidente a palavra final. Na última vez, ficou estabelecido que o chefe do executivo não poderia desrespeitar o Tratado de Extradição entre Brasil e Itália.
Battisti fez parte de grupo terrorista de extrema esquerda da Itália dos anos 70. Foi condenado pela Justiça italiana à prisão perpétua, por participar de quatro assassinatos, mas sempre negou a autoria dos crimes e disse sofrer perseguição política.
O então ministro da Justiça brasileiro Tarso Genro concedeu a ele, em 2008, o status de refugiado político. O argumento era haver "fundado temor de perseguição política" se Battisti voltasse à Itália.
Esse ato, porém, foi considerado ilegal pelo Supremo. Hoje, ele analisa a reclamação do governo da Itália, que diz que Lula, ao decidir pela permanência de Battisti, descumpriu a decisão do STF.
A tese é: a presidência usou argumentação presente no tratado de extradição que, com outras palavras, afirma o mesmo que Genro disse para conceder o refúgio, já negado pelo Supremo.
Ministros ouvidos pela Folha afirmam que a maioria do tribunal não irá criar nova polêmica. Ou seja, não anularão o ato de Lula.


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