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Secretário da Fazenda defende ação do governo no câmbio
Para Márcio Holland, forte entrada de dólares no Brasil é pontual
EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA
O Brasil tem direito de defender sua economia e administrar a taxa de câmbio, fazendo intervenções no mercado, quando ela assume
uma trajetória "indesejável".
A afirmação foi feita ontem
pelo secretário de Política
Econômica do Ministério da
Fazenda, Márcio Holland.
Diante da valorização do
real frente ao dólar, que aumenta as importações e prejudica as vendas do Brasil ao
exterior, o governo tem adotado algumas medidas.
Entre elas está o aumento
do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para captações externas de empresas
e investimentos estrangeiros
em renda fixa.
Além disso, o BC tem feito
intervenções no mercado de
câmbio, comprando dólares,
como forma de evitar volatilidade no câmbio.
Em visita ao Brasil em
maio, o economista-chefe do
Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard, disse
que o controle é uma das medidas que podem ser adotadas para corrigir o desequilíbrio cambial, mas alertou
que ele "não pode se converter em debate ideológico".
Ontem, ao defender as estratégias de ação do governo,
Holland disse que o "controle de capitais não é uma decisão ideológica, mas técnica".
"Não estamos fazendo nada do que não é praticado.
Outras economias têm manipulado suas taxas de câmbio", disse o secretário, ao
participar de um evento na
Câmara dos Deputados.
"Assim como os EUA promovem a desvalorização excessiva da sua moeda para
corrigir distorções, o Brasil
também tem a sua caixa de
ferramentas."
Para o secretário, o aumento no fluxo de dólares
para o país é uma situação
"anormal e pontual", que está sendo revertida.
Ele acrescentou que as medidas têm contribuído para
afastar qualquer dúvida sobre possibilidade de bolha
no mercado financeiro.
Para ele, o Brasil está preparado para enfrentar uma
eventual fuga de dólares para o exterior, que deve ocorrer quando os juros voltarem
a subir nos EUA e na Europa.
Holland não quis comentar as afirmações de que investidores estariam driblando o aumento do IOF ao usar
investimentos diretos, que
são isentos, para fazer outras
operações no Brasil.
No mesmo evento, Geraldo Magela Siqueira, gerente-executivo de Capitais Estrangeiros do Banco Central, afirmou que não há indícios de que isso esteja ocorrendo.
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