São Paulo, quarta-feira, 08 de junho de 2011

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Secretário da Fazenda defende ação do governo no câmbio

Para Márcio Holland, forte entrada de dólares no Brasil é pontual

EDUARDO CUCOLO
DE BRASÍLIA

O Brasil tem direito de defender sua economia e administrar a taxa de câmbio, fazendo intervenções no mercado, quando ela assume uma trajetória "indesejável". A afirmação foi feita ontem pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland.
Diante da valorização do real frente ao dólar, que aumenta as importações e prejudica as vendas do Brasil ao exterior, o governo tem adotado algumas medidas.
Entre elas está o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para captações externas de empresas e investimentos estrangeiros em renda fixa.
Além disso, o BC tem feito intervenções no mercado de câmbio, comprando dólares, como forma de evitar volatilidade no câmbio.
Em visita ao Brasil em maio, o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional, Olivier Blanchard, disse que o controle é uma das medidas que podem ser adotadas para corrigir o desequilíbrio cambial, mas alertou que ele "não pode se converter em debate ideológico".
Ontem, ao defender as estratégias de ação do governo, Holland disse que o "controle de capitais não é uma decisão ideológica, mas técnica".
"Não estamos fazendo nada do que não é praticado. Outras economias têm manipulado suas taxas de câmbio", disse o secretário, ao participar de um evento na Câmara dos Deputados.
"Assim como os EUA promovem a desvalorização excessiva da sua moeda para corrigir distorções, o Brasil também tem a sua caixa de ferramentas."
Para o secretário, o aumento no fluxo de dólares para o país é uma situação "anormal e pontual", que está sendo revertida.
Ele acrescentou que as medidas têm contribuído para afastar qualquer dúvida sobre possibilidade de bolha no mercado financeiro.
Para ele, o Brasil está preparado para enfrentar uma eventual fuga de dólares para o exterior, que deve ocorrer quando os juros voltarem a subir nos EUA e na Europa.
Holland não quis comentar as afirmações de que investidores estariam driblando o aumento do IOF ao usar investimentos diretos, que são isentos, para fazer outras operações no Brasil.
No mesmo evento, Geraldo Magela Siqueira, gerente-executivo de Capitais Estrangeiros do Banco Central, afirmou que não há indícios de que isso esteja ocorrendo.


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