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Governo abre brecha para superávit menor
Marina afirma que alteração é "inoportuna"; Dilma e Serra não comentam mudança proposta por senador do PT
Congressistas dizem ser necessário flexibilizar Orçamento depois da aprovação de medidas como o reajuste do INSS
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
O governo federal abriu
uma brecha para reduzir a
meta do superavit em 2011 e
pode deixar o próximo presidente com margem muito
menor de recursos para controlar as dívidas públicas.
Com o aval dos ministérios
da Fazenda e do Planejamento, o senador Tião Viana (PT-AC) fixou no relatório da Lei
de Diretrizes Orçamentárias,
em discussão no Congresso,
uma meta nominal para o
Brasil poupar em 2011: R$ 125
bilhões para o setor público.
Hoje, o superavit- espécie
de "poupança pública" para
pagar juros e dívidas-, é definido como uma porcentagem do Produto Interno Bruto. Com a mudança, o valor
será fixo. Ou seja, essa reserva pode ser menor caso as
projeções de crescimento
econômico se confirmem.
Dois dos três candidatos
que podem herdar um superavit menor no primeiro ano
de governo preferem uma
meta proporcional ao PIB.
Quem for eleito poderá, porém, cortar gastos para fazer
um superavit maior.
Embora a governista Dilma Rousseff (PT) venha defendendo publicamente a
meta de 3,3% do PIB para o
superavit, ela preferiu não
opinar sobre a mudança.
Marina Silva (PV) considera a alteração "inoportuna e
inconveniente". Para a equipe que elabora o programa
de governo dela, um superavit em reais só poderia ser
adequado com uma taxa de
inflação muito baixa e uma
confiabilidade elevada na
previsão do crescimento real.
José Serra (PSDB), que
sempre se posicionou a favor
do aumento no superavit,
não respondeu aos questionamentos da Folha.
O Planejamento e a Fazenda concordam com o valor
em reais, para evitar revisões
ao longo do ano. As duas pastas, contudo, têm posições
diferentes quanto à necessidade de reajustar a meta.
O Planejamento diz que
pode aumentar o superavit
se as condições econômicas
do país exigirem. A Fazenda,
informa "que o valor da meta
passa a ser fixo, não havendo, portanto, revisões nem
para cima nem para baixo".
Deputados e senadores governistas justificam a mudança dizendo que ela assegura à União mais flexibilidade para ampliar os gastos.
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