São Paulo, sexta-feira, 08 de outubro de 2010

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Aliada defende Marina neutra no 2º turno

DE SÃO PAULO

Filiada ao PV desde 2009 e integrante do grupo de Marina Silva na Executiva Nacional da sigla, a ambientalista Adriana Ramos defende que a senadora se declare neutra no segundo turno. Ela afirma que a opção seria mais coerente que apoiar Dilma ou Serra. (BMF)

 

FOLHA - O que Marina deve fazer no segundo turno?
Adriana Ramos - O mais coerente com o que foi feito até aqui é colocar as propostas na mesa e deixar o eleitor escolher. Não acho que a gente deva ter a pretensão de pautar o voto do eleitor ou de se comprometer com um candidato ou outro. As pessoas votaram numa proposta diferente, não só no conteúdo, mas na postura.

Ela não deveria orientar seu eleitorado?
Já ouvi argumentos de que político tem que fazer opção, que não pode ficar neutro, não se colocar no jogo. É a visão tradicional da política que exige este tipo de acordo.

Se ficar neutra, Marina corre o risco de sumir?
Antes de se candidatar a presidente, ela já havia decidido não ficar no Senado. A postura dela em relação a cargos públicos é diferente. Se fizer essa conta pragmática, para se manter na cena, será diferente do que ela prega.

Ela deve participar de um governo Serra ou Dilma?
Não vejo nos dois um espaço para que ela apareça bem. O risco de enfrentar as mesmas dificuldades que teve no governo Lula é o mesmo. É um empate. A probabilidade de ela conseguir fazer a diferença em qualquer desses governos é muito pequena.

O PV é um partido fisiológico, como ela sugeriu?
Não me faça falar disso... (risos). O mesmo desafio que temos para mudar o país é o desafio que temos para mudar o PV. Temos que aproveitar este momento para definir o partido que queremos ser. Será um grande desafio e um grande dilema. Até maior do que a eleição.


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