São Paulo, sábado, 09 de abril de 2011

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EUA criticam direitos humanos no Brasil

Relatório anual americano aponta violência policial e ineficiência da Justiça no país

DE WASHINGTON

Enquanto notaram como avanço a eleição de uma mulher para a Presidência do Brasil, os EUA voltaram a criticar o país ontem em seu relatório anual sobre direitos humanos por casos de violência policial, pela situação carcerária crítica e pela ineficiência da Justiça.
O texto, relativo a 2010, fez uma lista extensa de problemas similares aos mencionados em 2009, indicando que houve pouco avanço.
Entre eles estão: execuções, uso de força excessiva, tortura de presos, condições duras nas prisões, ineficiência em processar casos de corrupção, violência e discriminação contra mulheres e censura prévia à imprensa.
"Notamos uma situação mista. Há um governo central e uma presidente comprometidos com o tema [dos direitos humanos], mas abusos no nível local", disse Michael Posner, subsecretário para direitos humanos.
O texto diz, porém, que a ONU notou melhorias na investigação de milícias.
Em nota, o governo brasileiro disse que não responderia a um relatório "elaborado unilateralmente, com base em legislações e critérios domésticos". E fez críticas claras: "Tais países [os EUA] se atribuem posição de avaliadores da situação dos direitos humanos no mundo (...), [mas] não incluem a situação em seus próprios territórios".
As críticas à unilateralidade do relatório são feitas todos os anos e minimizam a credibilidade da avaliação pelo mundo.
Ao apresentar o relatório ontem, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, não mencionou o Brasil, mas fez críticas localizadas a um vizinho sul-americano, a Venezuela. "O governo usou os tribunais para intimidar e perseguir ativistas", disse.
Por outro lado, elogiou a Colômbia por esforços para acabar com a violência e maior engajamento com grupos de direitos humanos.
Ela notou três tendências gerais preocupantes em 2010: aumento de ataques a ativistas, piora da censura à internet e repressão a minorias vulneráveis.
"Sociedades florescem quando abordam problemas de direitos humanos em vez de reprimi-los", disse.
(ANDREA MURTA)


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