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Crise fez desemprego bater recorde no Brasil em 2009
Total de pessoas à procura de trabalho aumentou 1,3 milhão, indica Pnad
Crescimento de 18,3% foi o maior da década no país, mas ainda inferior ao de outras economias, como EUA e Rússia
DO RIO
A crise econômica mundial provocou um aumento
recorde no contingente de
desempregados em 2009.
A Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) mostrou um aumento de
1,3 milhão no número de pessoas à procura de trabalho, o
que representa crescimento
de 18,3%, o maior da década.
No total, 8,4 milhões de
pessoas procuravam emprego em 2009, o que elevou a
taxa de desemprego a 8,3%,
o maior patamar desde 2006.
Na série que exclui a área rural do Norte, usada para comparações com décadas anteriores, a taxa foi de 8,4%. O
PIB teve queda de 0,2%.
O IBGE ressalta que o aumento no desemprego no
Brasil foi inferior ao de outros
países, como EUA e Rússia.
"Este é o retrato de uma
das vertentes da crise, que
afetou o Brasil com desemprego, poucas pressões inflacionárias e crescimento zero
da economia", diz Ruy Quintans, professor do Ibmec-RJ.
Como a data de referência
da pesquisa é o mês de setembro de 2009, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística) diz que a maior
procura por trabalho pode
refletir não só a tentativa de
recuperar renda por conta da
crise, mas ainda uma aposta
na recuperação após a crise.
Os jovens foram os mais
afetados. Dos desempregados, 42,2% tinham de 16 a 24
anos. Na faixa de 15 a 17 anos,
o desemprego chega a
23,4%. Para Cimar Pereira,
gerente da pesquisa, os resultados mostram que as exigências de qualificação e experiência são uma barreira
para o primeiro emprego.
A participação dos trabalhadores mais escolarizados
cresce a cada ano. Em 2004,
21,5% da mão de obra tinha
ensino médio completo: hoje
o percentual é de 27%.
Para o presidente do IBGE,
Eduardo Pereira Nunes, o
processo de formalização
ajudou a amenizar os efeitos
da crise. Mesmo em um ano
de crise, o percentual de trabalhadores com carteira assinada cresceu e chegou a
59,9% na série sem a área rural da região Norte. Nesta
mesma série, o percentual de
contribuintes para a Previdência subiu para 54,1%.
Em ascensão desde 2005, a
renda do trabalhador ainda
fica abaixo do patamar observado há 14 anos. O ganho
médio de R$ 1.106 medido
pela Pnad indica um avanço
de 2,2% em relação a 2008.
Na última década, o valor
mais alto registrado foi de R$
1.144 em 1996. Nos últimos
30 anos, a melhor remuneração do trabalhador brasileiro
ocorreu em 1986: R$ 1.238.
O IBGE só passou a medir a
renda do país inteiro em
2004. Na série que exclui a
área rural do Norte, a renda
chegou a R$ 1.111 em 2009.
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