São Paulo, quinta-feira, 09 de setembro de 2010

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Analista de MG diz não se lembrar de acesso

Amarante alega que buscava homônimo quando consultou dados de Eduardo Jorge

PAULO PEIXOTO
ENVIADO ESPECIAL A FORMIGA (MG)

O analista tributário da Receita Federal de Formiga (MG) Gilberto Souza Amarante disse à Folha que as consultas feitas ao cadastro dos contribuintes "normalmente" são feitas pelo nome completo do contribuinte.
A declaração foi dada ontem após a Folha questionar como ele acessou dados cadastrais do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira -se consultando o nome completo ou parcial de EJ. Amarante completou dizendo que também se acessa o nome parcial quando há divergências de dados.
Segundo ele, isso é "comum", o que faz com que as consultas sejam feitas por buscas. Pode acontecer quando há erro de grafia, nome errado ou incompleto. Nesse caso, é feita busca pelo nome parcial do pesquisado.
O nome de Amarante foi identificado em investigação da Corregedoria da Receita Federal como uma das pessoas que teriam acessado os dados cadastrais de EJ.
Ele voltou a negar que tenha acessado o cadastro do tucano. Ele disse que o caso diz respeito ao acesso de um contribuinte homônimo da região centro-oeste mineira.
Mas diz não se lembrar como ocorreu o acesso, pois esse fato data de abril de 2009.
Por hipótese, ele diz que a busca foi pelo nome parcial, já que várias páginas com o nome Eduardo Jorge teriam sido abertas na consulta, que durou 41 segundos. Segundo a Receita em Minas, o sistema acessado é apenas cadastral, não dá acesso a dados fiscais. Seriam apenas nome, endereço e CPF.
Filiado ao PT de Arcos (MG) desde 30 de agosto de 2001, Amarante diz que sua militância nunca passou de algumas poucas reuniões logo que fora convidado a ingressar na legenda. Ele diz não ter mais relação com o PT, embora continue filiado.

MÃE DO ANALISTA
No TSE, a Folha identificou Cardiolina Souza Amarante como doadora de R$ 100 para a campanha a deputado estadual de André Quintão (PT), em 2006.
O analista afirmou que ela é sua mãe. Disse que ele jamais soube dessa doação e ficou chateado com o envolvimento do nome dela, que é viúva e recebe pensão desde a morte do marido, em 2003.
O deputado afirmou conhecer a pensionista Cardiolina há cerca de 15 anos, mas que não mantém contato com ela há pelo menos dois: "Conheci a Cardiolina no movimento sindical". Quintão diz não conhece Amarante.


Colaborou JOÃO PAULO GONDIM, de São Paulo


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