São Paulo, sexta-feira, 10 de junho de 2011

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Filho de vítima diz que nunca vai ter justiça

GINA DE AZEVEDO MARQUES
COLABORAÇÃO PARA FOLHA,
DE ROMA


"Não quero vingança em ver o assassino do meu pai atrás das grades. Quero que ele se arrependa dos quatro homicídios que cometeu." A frase é de Adriano Sabbadin, 49, filho de Luigi, uma das quatro vítimas de crimes atribuídos a Cesare Battisti.
Ele vive em Santa Maria de Sala, pequena cidade na província de Veneza, e soube da decisão do Supremo Tribunal Federal por um jornalista italiano que o acordou durante a madrugada.
"Pensei imediatamente: meu pai nunca vai ter justiça porque, com essa decisão, o governo brasileiro violou todos os princípios e valores da dignidade e da democracia."
Em 1979, Sabbadin assistiu, ainda adolescente, à morte do pai. Battisti foi condenado como mandante do assassinato
De acordo com Sabbadin, com a decisão de libertar Battisti, "o Brasil se manchou com os mesmos crimes" do italiano.
Ele não acredita na possibilidade de o tribunal de Haia decidir a favor da extradição de Battisti.
"Gostaria de poder esperar uma justiça que eu nunca tive, mas a realidade é outra", afirmou.


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