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Serra diz que "leva" Congresso com emendas
"Você não discrimina entre oposição e situação, dá para todo mundo, fiz isso e deu certo", afirma presidenciável
Candidato minimiza a necessidade de lotear a máquina, desde que não se nomeie o indicado por um rival do aliado
CATIA SEABRA
RICARDO BALTHAZAR
DE SÃO PAULO
O candidato do PSDB à
Presidência da República, José Serra, revelou ontem a empresários sua fórmula para
garantia de governabilidade,
caso seja eleito: "Congresso
você leva com emendas".
"Você não discrimina entre oposição e situação. Dá
para todo mundo. Fiz isso e
deu certo. Você leva. Leva ao
pé da letra", continuou.
Em palestra a associações
comerciais, Serra disse ser fácil "controlar as emendas no
sentido da prioridade". Na
Saúde, seu secretário-executivo, Barjas Negri, indicava
as áreas a serem beneficiadas: "A turma fazia. Porque o
sujeito quer aprovar emenda, quer ter voto lá".
Em tempos de mensalão, o
candidato tucano tentou minimizar a necessidade de loteamento da máquina pública, desde que também não se
nomeie alguém indicado por
um rival do parlamentar: "O
parlamentar está preocupado com ele e com o vizinho".
E aproveitou para criticar o
suposto aparelhamento do
governo: "O Brasil voltou
atrás do ponto de vista do
funcionamento político",
pois hoje há o "uso dos órgãos do governo para servir a
interesses privados".
IOGURTE
Apresentando-se como
mais preparado, Serra insinuou que a petista Dilma
Rousseff seja tratada como
um produto e criticou a ocultação da adversária. Ele disse
que idealizou um modelo de
horário eleitoral em que o
candidato defende suas propostas diante da câmera.
"É chato. Mas política é
uma coisa chata. O que fazer?
Com isso, a gente elimina
custo e impede que os candidatos sejam vendidos como
iogurtes ou como um novo
pão de centeio, coisas publicitárias ou não publicitárias,
como inclusive a ocultação
do candidato. Hoje no Brasil
parece de uma importância
grande: ocultar o que o candidato é ou deixa de ser."
Serra defendeu um programa feito de improviso
"para não ter truque": "Chegar lá e falar, se expor".
Dilma foi a única dos quatro principais candidatos a
faltar à palestra. Serra perguntou quem tinha faltado.
Aí, completou: "Perdeu uma
oportunidade de estudar esses documentos todos. Por
outro, de dizer o que pensa".
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