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Tucanos escalam mulher de Serra para atacar PT
Psicóloga critica Dilma em mensagem para site tucano
Monica Serra recebe treinamento para dar entrevistas e estreia conta no Twitter para comentar o escândalo
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
A campanha de José Serra
(PSDB) escalou a mulher do
presidenciável, a psicóloga
chilena Monica Allende Serra, para reforçar as críticas ao
PT pela quebra do sigilo fiscal da filha Veronica.
O objetivo é martelar a
mensagem de que a família
do tucano teve a intimidade
violada para beneficiar Dilma Rousseff (PT).
Ontem, a ex-primeira-dama paulista gravou um depoimento em tom emocional
sobre o caso, a ser divulgado
hoje no site tucano. Se a repercussão for positiva, o vídeo pode ser usado na propaganda de Serra na TV.
Na mensagem, Monica
acusa a candidata adversária
de omissão diante do escândalo. "É muito chocante perceber que, mesmo sendo mulher e mãe, ela silenciou, em
vez de se solidarizar com minha família", disse à Folha.
A psicóloga se esforçou
para traduzir o caso de forma
didática, de olho no eleitorado que não declara Imposto
de Renda: "É como se invadissem a casa da gente arrombando a fechadura, ou
como se o gerente divulgasse
sua senha no banco".
TREINAMENTO
Reservada por temperamento, Monica precisou ser
treinada pela equipe de comunicação do marido para
assumir o novo papel.
No início da semana, o
PSDB deslocou uma assessora de imprensa de Brasília
para acompanhá-la e marcar
entrevistas em São Paulo.
Em outra frente de comunicação, os tucanos criaram
uma conta para a psicóloga
no Twitter, com o endereço
@monicaserra45.
Ela estreou o microblog
com exclamações sobre o escândalo. "Não podemos aceitar a quebra de sigilo fiscal
sem reagir. É um ataque à democracia. Isso é inadmissível!", escreveu.
Em outra mensagem, convocou os visitantes a "reagir,
ajudando a democracia e a
candidatura de Serra". E
emendou mais um protesto:
"Acho o que está acontecendo um absurdo".
Aos internautas, a psicóloga, que se naturalizou brasileira em 1999, disse aderir à
ferramenta após "aprender
com @joseserra_ [perfil do
candidato] que aqui posso
expressar melhor meu amor
pelo Brasil". Ontem à noite,
ela era seguida por mais de
530 pessoas. Mas só seguia
um perfil: o do marido.
Para os responsáveis pelo
marketing tucano, a exposição da mulher do presidenciável reforça a credibilidade
dos ataques ao PT, que nega
participação no caso.
O testemunho também
ajudaria a neutralizar a ofensiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi ao
programa de Dilma na TV
acusar Serra de fazer "baixaria" contra a candidata.
A avaliação no comitê tucano é que deixar o candidato falando sozinho sobre o escândalo poderia favorecer a
versão presidencial.
Serra já havia reduzido as
menções ao caso, mas foi
obrigado a voltar à carga ontem, após a participação de
Lula no horário petista.
ESFORÇO
Monica começou a atuar
na campanha em agosto,
num esforço para aproximar
o tucano do eleitorado feminino. Numa participação,
protestou contra o silêncio
da "candidata mulher" no
caso da iraniana condenada
à morte por apedrejamento.
À Folha, ela confessou o
incômodo com a nova tarefa,
mas afirmou que espera superar a timidez para ajudar o
marido. "Passo por cima disso", disse.
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