São Paulo, sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

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Depois de dois anos, Assembleia deve trocar carros de novo

Gasto de R$ 4,8 milhões é motivado por quilometragem e manutenção dos atuais veículos, diz Legislativo de SP

Licitação, aberta nesta semana, prevê renovar frota de 167 automóveis e abatimento de preço em caso de permuta

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

A Assembleia Legislativa de São Paulo deve gastar cerca de R$ 4,8 milhões para trocar a frota de veículos de seus deputados e diretores.
A Casa abriu nesta semana licitação para comprar 167 automóveis que substituirão os atuais, comprados no final de 2008. A maior parte da frota é composta por Corollas, da montadora Toyota.
Na última compra, dos 164 carros adquiridos, 145 eram Corollas. À época, o Legislativo gastou R$ 7,9 milhões na aquisição dos carros.
A Casa levou a frota anterior a leilão, mas não atingiu o valor mínimo estipulado por ela mesma. Os deputados decidiram doar os carros ao Fundo Social de Solidariedade do Estado, à época coordenado pela então primeira-dama, Mônica Serra.
Desta vez, a Mesa Diretora colocou no edital dispositivo que prevê que a frota atual poderá ser trocada por um abatimento do valor da compra dos novos carros.
"Este processo licitatório prevê a permuta parcial, ou "trade-in". Com o reaquecimento do mercado de carros usados, neste momento se justifica a utilização desse sistema", diz, em nota, a segunda secretaria da Casa.
"Nossa frota de veículos foi devidamente avaliada por perito especialmente contratado para tal finalidade."
O valor de um carro de mesma marca, modelo e ano dos utilizados na Assembleia paulista custa R$ 44 mil, segundo a tabela Fipe.
Já um carro de mesma marca e modelo, mas ano 2010, chega a R$ 73 mil.
Se a permuta for feita, e os preços de mercado forem respeitados, o custo da aquisição deve ficar próximo de R$ 4,8 milhões. Caso seja uma aquisição simples, como a feita em 2008, o valor pode chegar a R$ 12,1 milhões.
Por se tratar de uma compra grande, existe a possibilidade de as montadoras ofertarem preços um pouco menores do que os praticados pelo mercado.
A segunda secretaria, espécie de prefeitura da Casa, argumenta que o motivo para a troca é a quilometragem dos veículos, que têm rodagem média de 70 mil quilômetros e geram gastos com manutenção.
"Começa a dar um gasto que ninguém suporta. É freio, suspensão... além das vidas de quem tá dentro", diz o deputado Aldo Demarchi (DEM), segundo-secretário da Assembleia Legislativa.
"Além do mais, os carros vão fazer dois anos e estão prestes a perder a garantia", completa Demarchi, que diz não querer tratar de valores porque o processo licitatório ainda está em andamento.
"Como é licitação você pode dar um norte pra quem vem participar."
Nos corredores da Assembleia, no entanto, comenta-se que uma proposta feita pela própria Toyota para o fornecimento de novos Corollas teria agradado bastante a Mesa Diretora. Foi avaliada também a possível compra de veículos Ford Fusion.
A segunda secretaria não comenta o assunto. Admite apenas que pretende comprar veículos que estejam no mesmo padrão de preço e status dos atuais Corollas.
Os veículos são usados por 94 deputados estaduais, por diretores e por membros das lideranças dos partidos.


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