São Paulo, sábado, 11 de junho de 2011

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Estilo agressivo esconde o lado festeiro e vaidoso

Ideli adora Carnaval e Chico Buarque e perdeu 40 quilos após fazer cirurgia

Petista se destacou no Senado como defensora radical do governo Lula e do partido, o que lhe deu vaga no ministério
VERA MAGALHÃES
DE SÃO PAULO

Quem vê Ideli Salvatti em ação, sempre em defesa incondicional e apaixonada dos governos do PT, não imagina que a paulistana de 59 anos, radicada em Florianópolis, é carnavalesca, fã de Chico Buarque e boêmia.
O lado festeiro da nova responsável pela articulação política do governo Dilma Rousseff fica mais restrito à capital catarinense. "Quando eu chego lá esqueço de todos os problemas", costumava repetir quando enfrentava sucessivas crises no Senado.
Ideli foi apresentada ao Brasil na CPI dos Correios, em 2005, quando petistas históricos se omitiram de defender o governo no escândalo do mensalão.
Senadora em primeiro mandato, Ideli assumiu a liderança do PT e a defesa de corpo e alma do governo Lula e dos companheiros de partido enredados no episódio.
Munida de dossiês da Casa Civil e do Ministério da Justiça, ia para a CPI e enfrentava, se preciso no grito e quase sempre sozinha, a tropa de choque da oposição.
O papel foi desempenhado com tamanho afinco que ela teve de repeti-lo nas CPIs dos Bingos e dos Cartões Corporativos e nos escândalos que quase levaram à cassação de Renan Calheiros (2007) e José Sarney (2009).
Se no início era tratada com ironia pelos partidos aliados, passou a merecer deferência, principalmente do PMDB de Renan e Sarney.
Sua chegada ao Senado foi impulsionada pela "onda vermelha" que elegeu Lula em 2002. Venceu Paulo Bornhausen, filho do cacique Jorge, o que lhe rendeu perseguição implacável do PFL.
Logo na chegada, Ideli comprou briga com Heloísa Helena (AL), até então estrela solitária da bancada feminina do PT. Foi determinante para a expulsão da alagoana do partido, logo em 2003.
Depois, se indispôs com outros colegas de bancada, por divergências principalmente durante as crises.
"Não há dúvida de que a Ideli amadureceu demais nesses oito anos. Hoje sabe exatamente o que é ser governo", diz o senador Delcídio Amaral (MS), que teve embates com ela na época da CPI dos Correios, que presidiu.
Antes do Senado, Ideli foi deputada estadual por dois mandatos, vinda do movimento sindical da educação.
Em 2010, perdeu a disputa para o governo e foi levada para o Ministério da Pesca.
Na pasta, conquistou a confiança de Dilma, de quem ficou amiga. Recentemente, tricotavam sobre o marido da ministra, que completou o desafio "ironman".
Ela conheceu o sargento do Exército Jefferson Figueiredo, 47, após se separar de Eurides Mescolotto, com quem tem dois filhos.
A separação coincidiu com a descoberta da vaidade. Em 2003, Ideli se submeteu a uma cirurgia bariátrica, que a fez perder 40 de 110 kg.


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