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Suspeita de compra de votos faz polícia apreender R$ 4 mi
Estados da região Norte lideram lista; só em Roraima, as operações da PF já retiveram quase R$ 3 milhões
Ao todo, 26 pessoas, entre candidatos e assessores de políticos, acabaram sendo presas pela Polícia Federal
JEAN-PHILIP STRUCK
DE SÃO PAULO
A Polícia Federal apreendeu em todo o Brasil mais de
R$ 4 milhões em espécie por
suspeita de compra de votos
no período eleitoral que antecedeu o primeiro turno. Vinte
seis pessoas foram presas,
entre candidatos e assessores de políticos.
Os Estados da região Norte
lideram o número de apreensões, com Roraima sendo o
campeão absoluto. No Estado, a PF apreendeu R$
2.823.349 no total.
Uma das apreensões envolve R$ 100 mil jogados da
janela de um carro que acabava de sair de um escritório
do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB).
Outra apreensão, realizada em 17 de setembro, envolve R$ 750 mil que estavam
com um assessor da Assembleia Legislativa de Roraima
ligado à campanha do presidente da Casa, Mecias de Jesus (PR). À época, a campanha informou que o valor era
resultado da venda de um
posto de gasolina que pertencia ao filho de Jesus.
Durante o período eleitoral, a Justiça do Estado chegou a determinar a suspensão, salvo sob autorização judicial, de saques superiores a
R$ 20 mil para coibir a compra de votos. A determinação
atendia um pedido do Ministério Público de Roraima,
mas foi derrubada pouco antes das eleições.
Nem todas as prisões no
Estado por suspeita de compra de votos resultaram na
apreensão de dinheiro.
No dia 22 de setembro, em
Boa Vista (RR) um candidato
a deputado estadual e outro a
federal foram presos ao prometer, segundo a PF, para
cerca de 200 pessoas que iam
sortear três carros novos, cada um com R$ 1.000 no porta-luvas, caso fossem eleitos.
Com eles foram apreendidos
cadernos contendo cadastros de eleitores.
O candidato Chico das
Verduras (PRP), que foi preso
na operação, acabou sendo
eleito deputado federal com
a menor votação do país.
No Amazonas, dois casos
envolveram um deputado estadual e um prefeito.
No dia 1º, R$ 178 mil foram
apreendidos do deputado estadual Ronaldo Tabosa (PP).
Seu advogado afirmou que o
dinheiro seria usado para o
pagamento de funcionários
de uma firma do deputado.
Outros R$ 300 mil foram
apreendidos no dia 30 de setembro, num avião em Envira, no sudoeste do Amazonas. A quantia estava com o
tesoureiro da prefeitura.
À época, o prefeito Rômulo Matos (PPS) afirmou que o
dinheiro seria utilizado para
pagar funcionários públicos.
Já no Nordeste, região que
registrou o segundo maior
volume de apreensões, o valor apreendido passou de R$
155 mil. Na Paraíba, uma
apreensão de R$ 38 mil envolveu o comitê financeiro
do candidato ao governo Ricardo Coutinho (PSB), que
disputa o segundo turno.
A campanha do candidato
afirma que o dinheiro seria
usado para pagar despesas e
pagar cabos eleitorais.
Nas regiões Sul e Sudeste
não foram feitas apreensões
por suspeita de compra de
votos pela Polícia Federal.
Nos Estados do Centro-Oeste,
os registros não passaram de
poucas centenas de reais.
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