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Protógenes é condenado à prisão por vazamento
Juiz converte pena em prestação de serviços e determina perda de mandato de deputado
DE SÃO PAULO
O delegado da Polícia Federal e deputado federal eleito Protógenes Queiroz (PC do
B-SP) foi condenado a três
anos e 11 meses de prisão pela Justiça Federal de São Paulo. Cabe recurso.
Ele responde a ação penal
sob a acusação de ter vazado
informações e fraudado uma
das provas da Operação Satiagraha, da PF. Protógenes
não comentou a sentença.
O autor da decisão, o juiz
Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo,
porém, converteu a pena em
prestação de serviços em um
hospital. E determinou a perda do mandato de deputado
e do cargo de delegado.
Adib Abdouni, o advogado do delegado, disse que
pretende recorrer da decisão.
As punições só podem ser
efetivadas após decisão definitiva da Justiça, em tribunais superiores.
Protógenes é acusado de
vazar informações para jornalistas da TV Globo e de forjar provas enquanto chefiava
a Satiagraha, que investigou
supostos crimes financeiros
do banqueiro Daniel Dantas.
A condenação foi divulgada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
A Justiça também condenou o escrivão Amadeu Ranieri Bellomusto, braço direito de Protógenes na PF. Sua
pena é de dois anos de prisão, também convertida em
trabalho comunitário.
Por "danos morais causados à coletividade", Protógenes e Amadeu deverão pagar
R$ 100 mil e R$ 50 mil.
PASTA PRETA
A sentença cita uma reportagem da Folha que mostra
Protógenes munido de "pasta preta" nos debates entre
presidenciáveis.
Em outubro, o aliado de
Dilma Rousseff (PT) afirmou
que levava aos debates documentos sobre segurança e
privatizações no governo
FHC -munição contra o então adversário de Dilma, José
Serra (PSDB).
O juiz diz ser "curioso" o
fato de o acusado ter em seu
computador "dossiês dos
dois lados", ou seja, contra
Dilma e contra Serra. "Qual
seria o propósito dessa ambivalente ação de arapongas?", questiona.
Mais alvos de espionagem,
conforme o processo: o ex-presidente FHC, o senador
Heráclito Fortes e os ex-ministros José Dirceu, Erenice
Guerra e Mangabeira Unger.
Protógenes também é acusado de recrutar ilegalmente
cerca de 80 agentes da Abin
(Agência Brasileira de Inteligência) para a Satiagraha.
O advogado do delegado
chamou a fabricação de dossiês de "alegações falsas".
Protógenes sempre negou
irregularidades na condução
da operação e atribuiu as denúncias contra ele ao poder
de Daniel Dantas à frente do
Grupo Opportunity.
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