São Paulo, quinta-feira, 11 de novembro de 2010

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Protógenes é condenado à prisão por vazamento

Juiz converte pena em prestação de serviços e determina perda de mandato de deputado

DE SÃO PAULO

O delegado da Polícia Federal e deputado federal eleito Protógenes Queiroz (PC do B-SP) foi condenado a três anos e 11 meses de prisão pela Justiça Federal de São Paulo. Cabe recurso.
Ele responde a ação penal sob a acusação de ter vazado informações e fraudado uma das provas da Operação Satiagraha, da PF. Protógenes não comentou a sentença.
O autor da decisão, o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo, porém, converteu a pena em prestação de serviços em um hospital. E determinou a perda do mandato de deputado e do cargo de delegado.
Adib Abdouni, o advogado do delegado, disse que pretende recorrer da decisão. As punições só podem ser efetivadas após decisão definitiva da Justiça, em tribunais superiores.
Protógenes é acusado de vazar informações para jornalistas da TV Globo e de forjar provas enquanto chefiava a Satiagraha, que investigou supostos crimes financeiros do banqueiro Daniel Dantas.
A condenação foi divulgada ontem pelo jornal "O Estado de S. Paulo".
A Justiça também condenou o escrivão Amadeu Ranieri Bellomusto, braço direito de Protógenes na PF. Sua pena é de dois anos de prisão, também convertida em trabalho comunitário.
Por "danos morais causados à coletividade", Protógenes e Amadeu deverão pagar R$ 100 mil e R$ 50 mil.

PASTA PRETA
A sentença cita uma reportagem da Folha que mostra Protógenes munido de "pasta preta" nos debates entre presidenciáveis.
Em outubro, o aliado de Dilma Rousseff (PT) afirmou que levava aos debates documentos sobre segurança e privatizações no governo FHC -munição contra o então adversário de Dilma, José Serra (PSDB).
O juiz diz ser "curioso" o fato de o acusado ter em seu computador "dossiês dos dois lados", ou seja, contra Dilma e contra Serra. "Qual seria o propósito dessa ambivalente ação de arapongas?", questiona.
Mais alvos de espionagem, conforme o processo: o ex-presidente FHC, o senador Heráclito Fortes e os ex-ministros José Dirceu, Erenice Guerra e Mangabeira Unger.
Protógenes também é acusado de recrutar ilegalmente cerca de 80 agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para a Satiagraha.
O advogado do delegado chamou a fabricação de dossiês de "alegações falsas".
Protógenes sempre negou irregularidades na condução da operação e atribuiu as denúncias contra ele ao poder de Daniel Dantas à frente do Grupo Opportunity.


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