São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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Bom de lábia, ruim de grana

Com popularidade em alta, presidenciável Plínio Sampaio recebeu apenas uma doação: a própria

FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO

O recente sucesso de Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no debate da Band e nas redes sociais da internet ainda não se converteu em dividendos financeiros.
Até agora, a única doação que sua campanha recebeu, de R$ 11 mil, foi ele próprio quem fez, como pessoa física. O candidato também cedeu um veículo para ser utilizado em seu benefício.
Além disso, conta com R$ 38,6 mil do fundo partidário, que serão utilizados integralmente na campanha nacional por ele e seu vice.
As informações foram prestadas ao TSE, na semana passada, na primeira parcial de contas e, segundo a tesouraria do candidato, até ontem nem um real a mais tinha sido recebido.
As quantias recebidas por Plínio contrastam com os R$ 11,6 milhões de Dilma Rousseff (PT), R$ 4,65 milhões de Marina Silva (PV) e R$ 3,6 milhões de José Serra (PSDB).
O estatuto do PSOL prevê que as campanhas do partido não podem receber doações de bancos, empresas multinacionais, empreiteiras, instituições que prestem serviços a governos nem empresas com passivo ambiental ou trabalhista.
"A pouca doação tem a ver com interesses. Quando você vai no balanço de qualquer empresa, a campanha eleitoral entra em investimento. Nós somos contra esse sistema", diz Francisvaldo Mendes, presidente do comitê financeiro de Plínio.
Segundo ele, a tarefa de receber de pessoas físicas a quase totalidade das doações é dificultada pela descrença na classe política.
"A politica está desacreditada, em parte pela decepção com o PT no poder. Mas quando as pessoas se sentirem parte da transformação política, elas vão doar".
A campanha espera alavancar a arrecadação com o mecanismo de doação pela internet, que deve ser implementado até o fim da semana, e com um jantar marcado para a segunda quinzena de setembro, em São Paulo.
A previsão máxima dos gastos da campanha é de R$ 900 mil. "Se chegar a esse valor, será uma campanha muito rica", diz Mendes. Dilma e Serra preveem gastar R$ 157 milhões e R$ 180 milhões, respectivamente.


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