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Bom de lábia, ruim de grana
Com popularidade em alta, presidenciável Plínio Sampaio recebeu apenas uma doação: a própria
FERNANDO GALLO
DE SÃO PAULO
O recente sucesso de Plínio de Arruda Sampaio
(PSOL) no debate da Band e
nas redes sociais da internet
ainda não se converteu em
dividendos financeiros.
Até agora, a única doação
que sua campanha recebeu,
de R$ 11 mil, foi ele próprio
quem fez, como pessoa física. O candidato também cedeu um veículo para ser utilizado em seu benefício.
Além disso, conta com R$
38,6 mil do fundo partidário,
que serão utilizados integralmente na campanha nacional por ele e seu vice.
As informações foram
prestadas ao TSE, na semana
passada, na primeira parcial
de contas e, segundo a tesouraria do candidato, até ontem nem um real a mais tinha
sido recebido.
As quantias recebidas por
Plínio contrastam com os R$
11,6 milhões de Dilma Rousseff (PT), R$ 4,65 milhões de
Marina Silva (PV) e R$ 3,6 milhões de José Serra (PSDB).
O estatuto do PSOL prevê
que as campanhas do partido não podem receber doações de bancos, empresas
multinacionais, empreiteiras, instituições que prestem
serviços a governos nem empresas com passivo ambiental ou trabalhista.
"A pouca doação tem a ver
com interesses. Quando você
vai no balanço de qualquer
empresa, a campanha eleitoral entra em investimento.
Nós somos contra esse sistema", diz Francisvaldo Mendes, presidente do comitê financeiro de Plínio.
Segundo ele, a tarefa de receber de pessoas físicas a
quase totalidade das doações é dificultada pela descrença na classe política.
"A politica está desacreditada, em parte pela decepção
com o PT no poder. Mas
quando as pessoas se sentirem parte da transformação
política, elas vão doar".
A campanha espera alavancar a arrecadação com o
mecanismo de doação pela
internet, que deve ser implementado até o fim da semana, e com um jantar marcado
para a segunda quinzena de
setembro, em São Paulo.
A previsão máxima dos
gastos da campanha é de R$
900 mil. "Se chegar a esse valor, será uma campanha muito rica", diz Mendes. Dilma e
Serra preveem gastar R$ 157
milhões e R$ 180 milhões,
respectivamente.
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