São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2010

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Para MST, eleições podem definir conflito

DE BELÉM

Para a CPT (Comissão Pastoral da Terra), defensora jurídica do MST, o futuro das negociações sobre as invasões nas fazendas da Santa Bárbara tem estreita relação com o resultado das eleições estaduais no Pará.
Se o ex-governador Simão Jatene (PSDB) se eleger, a força dos movimentos sociais agrários diminui e a situação tende a se radicalizar, disse José Batista, da CPT em Marabá (PA).
Para ele, a vitória da governadora Ana Júlia Carepa (PT) manteria o diálogo, mesmo que mínimo, do governo com os sem-terra.
Segundo pesquisa Ibope registrada na Justiça Eleitoral, Jatene tem 43% das intenções de votos, contra 33% da petista.
"Ainda que Ana Júlia tenha decepcionado muito os movimentos, o PSDB é pior, porque é historicamente ligado ao setor ruralista, e, se eles ganharem, essa turma volta toda", disse Batista.
Por enquanto, as negociações estão paradas. O trabalhadores rurais querem que as áreas sejam desapropriadas. A empresa, que os invasores sejam expulsos.
A Justiça já marcou três audiências para tratar das invasões. Mas elas não tiveram nenhum resultado.
Durante seu governo, Ana Júlia disse que combateria a empresa de Daniel Dantas -a quem ela chamou publicamente de "bandido" durante o Fórum Social Mundial do ano passado, organizado em Belém (PA).
A principal ação de sua gestão contra a Santa Bárbara foi pedir na Justiça que a empresa devolvesse ao Estado fazendas que, segundo o Iterpa (Instituto de Terras do Pará), são "griladas" -ou seja, terras públicas que foram ilegalmente apropriadas.
A empresa nega a grilagem das terras e diz que as adquiriu de maneira regular.
A reportagem procurou a campanha de Jatene para ouvir sua versão sobre o conflito. Até a conclusão desta edição, não houve resposta.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES)


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