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Para MST, eleições podem definir conflito
DE BELÉM
Para a CPT (Comissão Pastoral da Terra), defensora jurídica do MST, o futuro das
negociações sobre as invasões nas fazendas da Santa
Bárbara tem estreita relação
com o resultado das eleições
estaduais no Pará.
Se o ex-governador Simão
Jatene (PSDB) se eleger, a força dos movimentos sociais
agrários diminui e a situação
tende a se radicalizar, disse
José Batista, da CPT em Marabá (PA).
Para ele, a vitória da governadora Ana Júlia Carepa (PT)
manteria o diálogo, mesmo
que mínimo, do governo com
os sem-terra.
Segundo pesquisa Ibope
registrada na Justiça Eleitoral, Jatene tem 43% das intenções de votos, contra 33%
da petista.
"Ainda que Ana Júlia tenha decepcionado muito os
movimentos, o PSDB é pior,
porque é historicamente ligado ao setor ruralista, e, se
eles ganharem, essa turma
volta toda", disse Batista.
Por enquanto, as negociações estão paradas. O trabalhadores rurais querem que
as áreas sejam desapropriadas. A empresa, que os invasores sejam expulsos.
A Justiça já marcou três
audiências para tratar das invasões. Mas elas não tiveram
nenhum resultado.
Durante seu governo, Ana
Júlia disse que combateria a
empresa de Daniel Dantas
-a quem ela chamou publicamente de "bandido" durante o Fórum Social Mundial do ano passado, organizado em Belém (PA).
A principal ação de sua
gestão contra a Santa Bárbara foi pedir na Justiça que a
empresa devolvesse ao Estado fazendas que, segundo o
Iterpa (Instituto de Terras do
Pará), são "griladas" -ou seja, terras públicas que foram
ilegalmente apropriadas.
A empresa nega a grilagem das terras e diz que as
adquiriu de maneira regular.
A reportagem procurou a
campanha de Jatene para ouvir sua versão sobre o conflito. Até a conclusão desta edição, não houve resposta.
(JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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