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Acusada de ser sanguessuga pede demissão
MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA
A equipe de transição de
Dilma Rousseff sofreu ontem a primeira baixa.
A advogada Christiane
Araújo de Oliveira, 30, pediu demissão após a revelação de que ela foi denunciada em 2008 pelo Ministério
Público Federal por suspeita de envolvimento com a
máfia dos sanguessugas.
A exoneração deve ser
publicada hoje no "Diário
Oficial da União". A advogada iria trabalhar como secretária e receberia um salário de R$ 2.600, mas nem
chegou a assumir. A nomeação dela foi publicada
anteontem.
A Folha apurou que ela
trabalhava na parte operacional da campanha de Dilma, no escritório político
que ficava em um hotel de
Brasília. A equipe de transição não quis revelar o responsável pela indicação.
Em entrevista anteontem
à reportagem, Christiane
disse que sua nomeação se
deveu ao apoio de seu pai,
um pastor evangélico cujo
nome ela não citou.
Ela, que é ré na Justiça Federal em Arapiraca (AL), era
assessora do ex-deputado
federal João Caldas (AL), do
antigo PL (hoje PR), também indiciado pela máfia
dos sanguessugas.
O esquema consistia no
direcionamento de licitações para a compra de ambulâncias por prefeituras
com dinheiro de emendas
parlamentares em troca de
pagamento de propina para
congressistas.
Um dos coordenadores
da transição, o deputado José Eduardo Cardozo, dividiu a responsabilidade pela
contratação da funcionária
com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que
faz uma análise prévia das
indicações. "Toda equipe
de transição passa por uma
avaliação da Abin."
Ele negou descontrole
nas contratações. "Vamos
continuar trazendo as pessoas que tiveram bom desempenho na campanha.
Fomos surpreendidos nesse
caso", afirmou.
Ao todo, já foram confirmados 25 integrantes da
equipe de transição. Parte
dos funcionários foi levada
para a campanha por ter
trabalhado na Casa Civil,
comandada por Dilma, ou
outros órgãos ligados à Presidência da República.
Segundo a assessoria,
houve ainda análise de currículo, como no caso da cabeleireira gaúcha Márcia
Westphalen.
A Folha também revelou
ontem que ela vai receber
R$ 6.800 para ser secretária. A equipe de Dilma informou que ela vai compor o
governo de transição até a
posse da nova presidente e
é qualificada para o cargo.
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