São Paulo, sexta-feira, 12 de novembro de 2010

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Acusada de ser sanguessuga pede demissão

MÁRCIO FALCÃO
DE BRASÍLIA

A equipe de transição de Dilma Rousseff sofreu ontem a primeira baixa.
A advogada Christiane Araújo de Oliveira, 30, pediu demissão após a revelação de que ela foi denunciada em 2008 pelo Ministério Público Federal por suspeita de envolvimento com a máfia dos sanguessugas.
A exoneração deve ser publicada hoje no "Diário Oficial da União". A advogada iria trabalhar como secretária e receberia um salário de R$ 2.600, mas nem chegou a assumir. A nomeação dela foi publicada anteontem.
A Folha apurou que ela trabalhava na parte operacional da campanha de Dilma, no escritório político que ficava em um hotel de Brasília. A equipe de transição não quis revelar o responsável pela indicação.
Em entrevista anteontem à reportagem, Christiane disse que sua nomeação se deveu ao apoio de seu pai, um pastor evangélico cujo nome ela não citou.
Ela, que é ré na Justiça Federal em Arapiraca (AL), era assessora do ex-deputado federal João Caldas (AL), do antigo PL (hoje PR), também indiciado pela máfia dos sanguessugas.
O esquema consistia no direcionamento de licitações para a compra de ambulâncias por prefeituras com dinheiro de emendas parlamentares em troca de pagamento de propina para congressistas.
Um dos coordenadores da transição, o deputado José Eduardo Cardozo, dividiu a responsabilidade pela contratação da funcionária com a Abin (Agência Brasileira de Inteligência), que faz uma análise prévia das indicações. "Toda equipe de transição passa por uma avaliação da Abin."
Ele negou descontrole nas contratações. "Vamos continuar trazendo as pessoas que tiveram bom desempenho na campanha. Fomos surpreendidos nesse caso", afirmou.
Ao todo, já foram confirmados 25 integrantes da equipe de transição. Parte dos funcionários foi levada para a campanha por ter trabalhado na Casa Civil, comandada por Dilma, ou outros órgãos ligados à Presidência da República.
Segundo a assessoria, houve ainda análise de currículo, como no caso da cabeleireira gaúcha Márcia Westphalen.
A Folha também revelou ontem que ela vai receber R$ 6.800 para ser secretária. A equipe de Dilma informou que ela vai compor o governo de transição até a posse da nova presidente e é qualificada para o cargo.


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