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Acusado enriquece com contratos no AP
Após negócios públicos milionários, pivô de suposta fraude construiu parque aquático e comprou imóveis e carros
Para Promotoria, dono de firma de segurança, pagava "mensalinho" a ex-secretário; contratos são legais, disse defesa
JOÃO CARLOS MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ (AP)
Um dos pivôs dos suposto
esquema de desvios de recursos públicos no Amapá, o
empresário Alexandre Gomes de Albuquerque usou
ganhos de sua empresa de vigilância -que mantém contratos com diversos órgãos
do Estado- para prosperar
como empresário, construir um parque aquático, comprar imóveis e carros de luxo.
Assim como o governador
Pedro Paulo Dias (PP) e o ex-governador Waldez Góes
(PDT), ele foi preso pela Polícia Federal na última sexta na Operação Mãos Limpas.
A empresa dele, a Amapá
Vip, foi contratada irregularmente pela Secretaria da
Educação por R$ 2,6 milhões
mensais, segundo o Ministério Público Estadual, que viu
superfaturamento.
Em troca, disse a Promotoria com base em depoimentos de um servidor, parte desse dinheiro voltava na forma
de um "mensalinho" de até
R$ 100 mil para o ex-titular
da pasta Adauto Bitencourt, ex-coordenador de campanha de Góes e também preso.
De acordo com a PF, esses
desvios de recursos para
Educação foram o "modelo"
que os investigados usaram
para implantar o suposto esquema em outros órgãos.
Arrecadando milhões por
mês, há pouco mais de um
ano Albuquerque resolveu
investir num excêntrico parque aquático, em um bairro pobre de Macapá.
Chamado, segundo o vigia
do local, Amapá Park, o local
foi apelidado de "Cabeção".
O motivo é que, para entrar
no parque, os carros têm de
passar pela "boca" de uma
escultura na forma da cabeça
de um leão. O parque deveria
ser inaugurado após as eleições, mas a data deve adiada.
Outra fonte de lucro de Albuquerque é uma empresa
chamada Delta Administração, Comércio e Serviços
Ltda., que funciona no mesmo local da Amapá VIP. Segundo um funcionário da
empresa de vigilância, a Delta presta "serviços gerais".
Segundo o Portal da Transparência, do governo federal, em 2009, a empresa ganhou R$ 1 milhão num programa para "erradicação da mosca da carambola".
O gestor estadual do dinheiro foi a Superintendência de Agricultura e Pecuária,
que, segundo a PF, é suspeito de participar de fraudes.
Albuquerque também costuma desfilar em Macapá em carros de luxo -já foi visto numa Ferrari e numa BMW.
A empresa de segurança
de Albuquerque mantinha
contrato, até ao menos 31 de
julho, com o próprio Ministério Público Federal do Amapá, que investiga o esquema
de corrupção. Em junho, a
Amapá Vip recebeu, pelo
contrato, R$ 21.362, 87.
A Folha não localizou o
advogado do empresário. Ele
já havia afirmado que os contratos públicos são legais.
Colaborou JOÃO PAULO GONDIM, de são
Paulo
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