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PF deixou agentes em Belém para evitar vazamentos
DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO
Com quase todas as autoridades do Amapá sob suspeita de participar do esquema
de desvio de recursos públicos, a Polícia Federal teve
que montar uma farsa para
fazer a Operação Mãos Limpas. Os policiais ficaram escondidos em Belém (PA), a
500 quilômetros de Macapá,
para evitar vazamentos.
Na operação Mãos Limpas
foram presos o governador
Pedro Paulo Dias (PP), que
concorre à reeleição, o ex-governador Waldez Góes
(PDT), candidato ao Senado,
e mais 16 pessoas entre empresários, servidores públicos e políticos. A suspeita é
que o grupo pode ter desviado mais de R$ 300 milhões.
Segundo a PF, as investigações começaram em agosto de 2009 e revelaram indícios de desvio de recursos da
União repassados à Secretaria de Educação do Estado.
Desde abril deste ano se suspeitava que a cúpula do Estado integrava a organização.
Como Macapá é uma cidade pequena, qualquer movimento na cidade levantaria
suspeitas. Então, para evitar
fugas e destruição de provas,
os policiais ficaram em Belém e informavam que participariam de uma operação
no Pará na área ambiental.
Só no dia anterior à operação os policiais partiram para
Macapá. O trajeto não foi feito de avião para não despertar suspeitas. A maioria dos
600 agentes designados para
a operação viajou de barco.
Na operação, a PF apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro,
a maioria na casa do secretário estadual de Segurança.
O governo do Amapá disse
que só vai se pronunciar após
a PF divulgar mais informações, mas que colabora com
as investigações. O advogado do ex-governador Waldez
Góes, César Caldas, afirmou
que ainda não teve acesso ao
processo e que a campanha
de seu cliente não será prejudicada. A advogada do governador Pedro Paulo, Patrícia Aguiar, disse que não poderia falar com a reportagem.
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