São Paulo, segunda-feira, 13 de setembro de 2010

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PF deixou agentes em Belém para evitar vazamentos

DE BRASÍLIA
DE SÃO PAULO

Com quase todas as autoridades do Amapá sob suspeita de participar do esquema de desvio de recursos públicos, a Polícia Federal teve que montar uma farsa para fazer a Operação Mãos Limpas. Os policiais ficaram escondidos em Belém (PA), a 500 quilômetros de Macapá, para evitar vazamentos.
Na operação Mãos Limpas foram presos o governador Pedro Paulo Dias (PP), que concorre à reeleição, o ex-governador Waldez Góes (PDT), candidato ao Senado, e mais 16 pessoas entre empresários, servidores públicos e políticos. A suspeita é que o grupo pode ter desviado mais de R$ 300 milhões.
Segundo a PF, as investigações começaram em agosto de 2009 e revelaram indícios de desvio de recursos da União repassados à Secretaria de Educação do Estado. Desde abril deste ano se suspeitava que a cúpula do Estado integrava a organização.
Como Macapá é uma cidade pequena, qualquer movimento na cidade levantaria suspeitas. Então, para evitar fugas e destruição de provas, os policiais ficaram em Belém e informavam que participariam de uma operação no Pará na área ambiental.
Só no dia anterior à operação os policiais partiram para Macapá. O trajeto não foi feito de avião para não despertar suspeitas. A maioria dos 600 agentes designados para a operação viajou de barco.
Na operação, a PF apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro, a maioria na casa do secretário estadual de Segurança.
O governo do Amapá disse que só vai se pronunciar após a PF divulgar mais informações, mas que colabora com as investigações. O advogado do ex-governador Waldez Góes, César Caldas, afirmou que ainda não teve acesso ao processo e que a campanha de seu cliente não será prejudicada. A advogada do governador Pedro Paulo, Patrícia Aguiar, disse que não poderia falar com a reportagem.


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