São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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PUC prorroga investigação sobre contrato

Comissão interna terá mais 15 dias para apurar uso de documentos falsos em licitação do Ministério da Agricultura

Universidade promete devolver dinheiro, mas ministério afirma que não foi informado da decisão até agora

DANIEL RONCAGLIA

DE SÃO PAULO

A comissão interna criada para investigar o uso de documentos falsos para viabilizar um contrato do Ministério da Agricultura com a Fundação São Paulo, mantenedora da PUC de São Paulo, completou ontem um mês de atividade sem chegar a uma conclusão sobre o episódio.
A fundação decidiu prorrogar por mais 15 dias o prazo para que a comissão apresente seu relatório. A comissão é formada por dois professores da PUC e um padre da Arquidiocese de São Paulo, e seu objetivo é apurar se houve participação de funcionários nas irregularidades.
A investigação é conduzida sob sigilo. Segundo a PUC, não houve tempo para ouvir todas as testemunhas do caso e por isso foi necessário dar mais prazo à comissão.
Em agosto do ano passado, a fundação da PUC foi contratada por R$ 9,1 milhões para dar cursos aos funcionários do ministério. Há um mês, a Folha revelou que a tomada de preços que levou à sua contratação foi fraudada com o uso de documentos forjados com o timbre da FGV (Fundação Getúlio Vargas).
Os documentos forjados deram aparência de legalidade à tomada de preços e justificaram a escolha da fundação da PUC pelo ministério.
As irregularidades no contrato com a fundação foram um dos motivos que levaram à queda do ex-ministro Wagner Rossi (PMDB), que pediu demissão em agosto.
O lobista Júlio Fróes, que tinha livre acesso ao ministério na gestão de Rossi, foi acusado de distribuir propinas a funcionários depois de assegurar o contrato para a fundação. A PUC nega ter sido representada pelo lobista.
A fundação, que prometeu devolver o dinheiro do contrato quando o caso veio à tona, afirmou ontem que os recursos estão depositados numa conta bancária à disposição do ministério. A entidade chegou a receber R$ 5 milhões até o início de agosto, quando os pagamentos do contrato foram suspensos.
O Ministério da Agricultura afirmou que não foi comunicado da decisão da fundação de devolver o dinheiro. A PUC disse que a fundação avisou o ministério e fará nova comunicação hoje.
O ministério disse que espera a conclusão de uma sindicância da Controladoria-Geral da União e do inquérito aberto pela Polícia Federal para investigar as irregularidades na contratação da fundação. A PUC afirmou que também vai contratar uma auditoria externa para examinar o caso.


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