São Paulo, terça-feira, 13 de setembro de 2011

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Lula assume negociação da reforma política

Ex-presidente convoca aliados para defender proposta do PT, que separa voto na legenda e no candidato a deputado

Petista se reunirá com cúpulas de partidos de esquerda e do PMDB; objetivo é aprovar o texto semana que vem

BERNARDO MELLO FRANCO

DE SÃO PAULO

O ex-presidente Lula assumiu o comando das negociações para tentar aprovar na Câmara o projeto de reforma política do PT, que cria um caixa único para financiar campanhas e separa os votos no partido e no candidato em eleições proporcionais.
Em encontro com deputados petistas, ele se comprometeu ontem a convencer partidos aliados a encampar a proposta de Henrique Fontana (PT-RS), que pode ser votada já na próxima terça-feira em comissão especial.
Lula convocou os presidentes de PSB, PDT e PC do B para uma reunião na sexta-feira, em São Paulo. Ele também deve conversar com as cúpulas do PMDB e de outras siglas da bancada governista.
Para facilitar a aprovação do texto, o ex-presidente articulou um recuo em duas bandeiras históricas do PT: o financiamento público exclusivo, que barraria doações privadas; e o voto em lista, no qual o eleitor deixa de escolher seus representantes.
"Isso não teria maioria, porque o brasileiro está acostumado a votar no seu deputado. Queremos dar o passo possível", disse Fontana.
O relatório do petista mantém as doações de empresas e pessoas físicas, mas direciona o dinheiro a um fundo único, que também receberia verba da União. Os doadores perderiam o direito de contribuir apenas para o partido ou o político de sua preferência.
A maior parte do bolo (80%) seria dividido em fatias proporcionais ao tamanho de cada bancada na eleição anterior, como ocorre hoje com o fundo partidário.
Em outra mudança, o eleitor passaria a votar duas vezes para vereador, deputado federal e deputado estadual: uma na legenda e outra no candidato de sua preferência.
Metade das vagas seria destinada a uma relação montada pelos partidos, e a outra continuaria a ser preenchida por escolha livre.
O cidadão poderia, por exemplo, votar na lista do PT e, ao mesmo tempo, escolher um candidato filiado ao PSDB em seu voto nominal.
A fórmula exclui o voto distrital, defendido por líderes da oposição, no qual cada região elege um só candidato para representá-la.
Os tucanos afirmam que o voto em lista beneficiaria o PT, cuja legenda é mais conhecida. Fontana diz que o voto distrital também ampliaria as vagas do partido.


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