|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Minha Casa, Minha Vida tem problemas em Estados
Dilma diz que foco tem de ser na contratação de imóveis, não na conclusão
Mas o índice em alguns Estados é um "desastre"
pelo critério defendido
pela candidata petista,
diz parceiro da Caixa
DANIELA LIMA
DE SÃO PAULO
GRACILIANO ROCHA
DE PORTO ALEGRE
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, minimizou o fato de apenas
1,2% das unidades contratadas pelo Minha Casa, Minha
Vida para quem ganha até
três salários mínimos - faixa
que concentra 90% do deficit
habitacional do país- terem
sido concluídas até agora.
Para Dilma, o foco não deveria ser na conclusão dos
imóveis, mas nos índices de
contratação. "Estamos dando um show porque tem mais
de 500 mil [unidades] contratadas, quando se dizia que
não conseguiríamos 200
mil", afirmou a petista.
A avaliação de Dilma, porém, contrasta com a de especialistas. Paulo Simão,
presidente da CBIC [Câmara
Brasileira da Indústria da
Construção], parceira da Caixa na execução do programa,
disse que os índices de contratação em alguns Estados
são "um desastre".
"O Ceará, por exemplo, só
perde para o Amapá. Mandamos o nosso pessoal para lá
hoje, para saber por que os
índices estão tão ruins."
Na faixa de renda de zero a
três salários mínimos, em
dez Estados o índice de contratações está em menos de
40% da meta.
No Amapá, a meta é de
4.589 imóveis, mas apenas 15
haviam sido contratados, o
equivalente a 0,3%.
Ontem a Folha mostrou
que Caixa Econômica Federal omitiu dados referentes à
conclusão dos imóveis, segundo a faixa de renda a que
se destinam. Os números obtidos pelo jornal constavam
de balanço referente ao dia
30 de junho, divulgado apenas a parceiros do programa.
Questionada sobre a omissão dos dados pela Caixa,
Dilma respondeu: "Aí você
pergunta para a Caixa. Não
tenho a menor condição de
responder. Se não mostrou,
está errado porque a Caixa
tem um dos melhores desempenhos dos últimos anos em
matéria de habitação", disse.
O objetivo do programa é
contratar 1 milhão de imóveis
até o fim deste ano -até o fim
de junho, 520.943 imóveis
haviam sido contratados.
Sobre o baixo índice de
conclusão de unidades, a
Caixa afirmou que existe um
prazo de 12 a 24 meses para a
entrega dos imóveis.
O programa foi lançado
em março de 2009 e as primeiras propostas começaram a ser entregues em abril.
"O número de unidades que
chegaram ao cliente até hoje
[ontem] é de 3.588, na faixa
de zero a três salários", informou o banco.
Em relação à baixa contratação em alguns Estados, a
Caixa disse que, no Amapá,
"verificou baixo interesse de
empresas e a indisponibilidade de terrenos". No Ceará,
segundo o banco, há "um padrão de qualidade aquém do
mínimo exigido, o que tem
requerido maior tempo para
conclusão das análises".
Sobre o Amazonas, afirmou ter 9.551 imóveis contratados - 42,9% da meta. No
balanço de junho, o número
de contratações estava em
3.833, ou 17,2%.
Texto Anterior: Bahia: Wagner se mantém líder com 45%; Paulo Souto tem 23% e Geddel, 10% Próximo Texto: Serra e governo distorcem dados sobre estradas Índice
|