JOSÉ MASCHIO
ENVIADO ESPECIAL A CRICIÚMA

O presidente Lula citou ontem, em Criciúma (SC), as prisões da Operação Mãos Limpas, no Amapá, para mostrar que seu governo ""prende quem rouba".
As prisões aconteceram na última sexta-feira. Na véspera, porém, Lula havia aparecido no horário eleitoral gratuito pedindo votos para o ex-governador Waldez Góes, candidato do PDT ao Senado e um dos presos na operação.
Góes e o atual governador, Pedro Paulo Dias (PP), que concorre à reeleição, foram detidos com outras 16 pessoas sob suspeita de participar de desvio de verbas.
A mensagem de apoio de Lula ao candidato é um depoimento de 28 segundos, no qual Lula diz que "Dilma vai precisar de senadores que ajudem a aprovar seus projetos" e conclui assim: "Aqui no Amapá vote em Waldez Góes, que está com Dilma".
Ontem, ao entregar obras de duplicação da BR-101 em Criciúma (SC), Lula falou das prisões no AP ao reclamar da ""indústria da fiscalização e da proibição" que atrasam obras do governo.
Segundo Lula, os atrasos provocam na população a sensação de que existe roubo: ""Quando tem roubo a gente pega, vocês viram o que aconteceu agora no AP".
Para Lula, em seu governo ""só tem um jeito de um bandido não ser preso neste país: é ele não ser bandido. Porque, se for bandido, e a gente descobrir, a gente pega".
Ele criticou seus antecessores: "Houve um tempo que não era assim. Houve um tempo que era mais fácil levantar o tapete e jogar para baixo. Agora não", disse.
Antes de capitalizar a prisão de seu aliado Góes, Lula disse que não mencionaria os deputados presentes para que eles não fossem "" cassados" pela Justiça Eleitoral.
Lula disse que levou a SC mais obras no setor de transportes do que todos os governos somados, de Figueiredo a Fernando Henrique Cardoso. Segundo Lula, juntos, todos esses governos não investiram nem 20% do que sua gestão fez Estado.
E recorreu ao processo eleitoral: ""Agora, na eleição, tem político que diz que mata a cobra e mostra o pau, nós matamos a cobra e mostramos a cobra morta".


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