São Paulo, quinta-feira, 14 de outubro de 2010

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Tucano nega acusação a ex-diretor da Dersa

Processado por Paulo Vieira de Souza, Eduardo Jorge diz que partido não faz caixa dois "porque não é necessário"

Dirigente do PSDB nega ter dito à revista "IstoÉ" que Paulo Preto tenha desviado R$ 4 mi não declarados do partido

MÔNICA BERGAMO
COLUNISTA DA FOLHA

Processado por Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, porque teria dito que ele sumiu com R$ 4 milhões de um caixa dois de tucanos, Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, diz que não deu essa declaração. A informação foi publicada pela revista "IstoÉ".
"Minha frase foi distorcida", disse. Ele afirmou que mandou carta à revista e que "o conteúdo publicado leva a um raciocínio exatamente ao contrário" do que afirmou. A revista não comenta.

 

Folha - Paulo Vieira está processando o senhor.
Eduardo Jorge -
Deixa eu te dizer: o erro é dele, Paulo. Por quê? Porque eu não dei aquela declaração para a "IstoÉ". Quando eles me ligaram, eu disse: "Olha, eu não conheço o Paulo. E posso lhe dizer que a história não é verdadeira. Primeiro: nós não fazemos arrecadação paralela. Segundo: só quem está autorizado a arrecadar para campanha do PSDB são fulano e sicrano".

Quem são fulano e sicrano?
Eu não vou dizer. Aí o cara da "IstoÉ" disse: "Mas eu sei que é verdade". Eu disse: "Ó, escuta aqui: se fosse, ele teria arrecadado por conta própria e não por conta do partido". Ok? A "IstoÉ" publicou como eu tendo confirmado. Imediatamente mandei carta desmentindo. A "IstoÉ" não publicou.

E o desvio?
Não é verdade. Não sumiu um tostão. Esse cara nunca arrecadou, nunca foi parte da nossa campanha.

Não é a primeira vez que o PSDB é acusado de caixa dois. Na campanha do Fernando Henrique Cardoso teve [a Folha revelou em 2000 planilha de R$ 10 milhões paralelos].
Aquela era planilha de planejamento, não de caixa dois. A polícia, o tribunal eleitoral, a Receita fizeram inquérito. Nenhum encontrou registro de caixa dois.

E o José Eduardo Andrade Vieira [ex-dono do Bamerindus, disse que havia caixa dois de R$ 100 milhões na campanha de FHC]?
Quando perdeu o banco [que sofreu intervenção] ele ficou zangado, disse isso. Em juízo, desmentiu. Entende? Esse negócio de acusar caixa dois é o troço mais fácil do mundo. Vira e mexe aparece também do PT. Aparece de todo mundo. O que é verdade? Ninguém sabe. Com certeza nós não trabalhamos com caixa dois. Não trabalhamos, não é por nada. É porque não é necessário.

Por que não?
Porque não é necessário. É só olhar a nossa prestação de contas e ver que não tem denúncia de subfaturamento.

Houve também o mensalão mineiro do senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG).
Não fui eu que fiz, não vi a prestação de contas dele, não sei. Estou dizendo que desde que mexo com campanha do PSDB, que é a do FHC de 1994, eu não vi caixa dois.


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