São Paulo, domingo, 14 de novembro de 2010

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Dilma socorre aliados com R$ 223,8 mil

Campanha repassou recursos na reta final a candidatos que enfrentaram eleições acirradas; transferência é legal

O principal beneficiado pelas transferências foi Marcelo Crivella (PRB), reeleito senador pelo RJ, que recebeu R$ 92 mil

SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO

A campanha da presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), distribuiu R$ 223,8 mil para aliados que enfrentavam eleições acirradas nas últimas duas semanas antes do primeiro turno.
Os dados das prestações de contas dos candidatos que disputaram o segundo turno ainda não foram disponibilizados pela Justiça Eleitoral, mas já é possível identificar repasses feitos pela petista para quem a eleição terminou no dia 3 de outubro.
A troca de recursos entre contas de campanha é comum e legal, mas tradicionalmente ocorre como socorro financeiro para pagamentos de dívidas com fornecedores ou confecção de material de campanha conjunto.
No caso de Dilma, entretanto, a estimativa é que sua campanha tenha terminado com deficit de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões.
Os dados das prestações de contas de quem participou do segundo turno serão divulgados no fim do mês.
Por enquanto, o Diretório Nacional do PT foi o que mais captou recursos de doações entre os grandes partidos, com R$ 113,9 milhões. Os maiores doadores foram o Bradesco (R$ 16,8 milhões) e a construtora Andrade Gutierrez (R$ 10 milhões).
Doações feitas aos diretórios são usadas pelas empresas para não "carimbar" que privilegiaram algum determinado político.
O maior beneficiado por recursos do comitê de Dilma foi o senador reeleito Marcelo Crivella (PRB-RJ), com R$ 92 mil. Crivella é integrante da Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) e atuou em favor da petista na reta final da campanha, quando temas como a descriminalização do aborto ganharam força no eleitorado evangélico. Ele apareceu em depoimento na propaganda de TV de Dilma.
Aloizio Mercadante (PT-SP) recebeu R$ 76,6 mil da campanha dilmista. Nos últimos 15 dias de setembro, o PT intensificou o esforço para alavancar a campanha dele e tentar -sem sucesso- levar o embate com o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) ao segundo turno.
A dupla de candidatos a senadores Marta Suplicy (PT) e Netinho de Paula (PC do B) ganhou R$ 33,2 mil -foram R$ 16,6 mil para cada um.
Com a arrancada do senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), entretanto, só a petista conseguiu uma cadeira. Marta também é cotada para ocupar um ministério no novo governo.
Outros dois candidatos que tiveram verba da campanha da petista foram Zeca do PT (R$ 17 mil), que perdeu a disputa ao governo de Mato Grosso do Sul, e Eduardo Valverde (PT), também derrotado em Rondônia.


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