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Dilma socorre aliados com R$ 223,8 mil
Campanha repassou recursos na reta final a candidatos que enfrentaram eleições acirradas; transferência é legal
O principal beneficiado pelas transferências foi Marcelo Crivella (PRB), reeleito senador pelo RJ, que recebeu R$ 92 mil
SILVIO NAVARRO
DE SÃO PAULO
A campanha da presidente
eleita, Dilma Rousseff (PT),
distribuiu R$ 223,8 mil para
aliados que enfrentavam
eleições acirradas nas últimas duas semanas antes do
primeiro turno.
Os dados das prestações
de contas dos candidatos que
disputaram o segundo turno
ainda não foram disponibilizados pela Justiça Eleitoral,
mas já é possível identificar
repasses feitos pela petista
para quem a eleição terminou no dia 3 de outubro.
A troca de recursos entre
contas de campanha é comum e legal, mas tradicionalmente ocorre como socorro financeiro para pagamentos de dívidas com fornecedores ou confecção de material de campanha conjunto.
No caso de Dilma, entretanto, a estimativa é que sua
campanha tenha terminado
com deficit de R$ 20 milhões
a R$ 30 milhões.
Os dados das prestações
de contas de quem participou do segundo turno serão
divulgados no fim do mês.
Por enquanto, o Diretório
Nacional do PT foi o que mais
captou recursos de doações
entre os grandes partidos,
com R$ 113,9 milhões. Os
maiores doadores foram o
Bradesco (R$ 16,8 milhões) e
a construtora Andrade Gutierrez (R$ 10 milhões).
Doações feitas aos diretórios são usadas pelas empresas para não "carimbar" que
privilegiaram algum determinado político.
O maior beneficiado por
recursos do comitê de Dilma
foi o senador reeleito Marcelo
Crivella (PRB-RJ), com R$ 92
mil. Crivella é integrante da
Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) e atuou em favor
da petista na reta final da
campanha, quando temas
como a descriminalização do
aborto ganharam força no
eleitorado evangélico. Ele
apareceu em depoimento na
propaganda de TV de Dilma.
Aloizio Mercadante (PT-SP) recebeu R$ 76,6 mil da
campanha dilmista. Nos últimos 15 dias de setembro, o PT
intensificou o esforço para
alavancar a campanha dele e
tentar -sem sucesso- levar
o embate com o governador
eleito Geraldo Alckmin
(PSDB) ao segundo turno.
A dupla de candidatos a
senadores Marta Suplicy (PT)
e Netinho de Paula (PC do B)
ganhou R$ 33,2 mil -foram
R$ 16,6 mil para cada um.
Com a arrancada do senador eleito Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), entretanto,
só a petista conseguiu uma
cadeira. Marta também é cotada para ocupar um ministério no novo governo.
Outros dois candidatos
que tiveram verba da campanha da petista foram Zeca do
PT (R$ 17 mil), que perdeu a
disputa ao governo de Mato
Grosso do Sul, e Eduardo
Valverde (PT), também derrotado em Rondônia.
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