São Paulo, terça-feira, 14 de dezembro de 2010 |
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EUA se dizem "otimistas" com gestão Dilma Em visita ao Brasil, número três da diplomacia americana, William Burns, cita a "renovação" da relação com o país Americano falou sobre questões polêmicas da política externa dos dois países com Garcia e sobre caças com Jobim IGOR GIELOW SECRETÁRIO DE REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA Os Estados Unidos estão "otimistas" com o governo da presidente eleita, Dilma Rousseff, cujas críticas ao Irã foram "excelentes", e esperam "renovar" a relação com governo brasileiro. Esse foi o relato feito à Folha com exclusividade pelo subsecretário para Assuntos Políticos do Departamento de Estado, William Burns. Número três da diplomacia americana, ele esteve com o assessor internacional do Planalto, Marco Aurélio Garcia, e com o ministro Nelson Jobim (Defesa). Ambos permanecerão no governo. "Nós nunca iremos concordar em tudo, mas sabemos que o melhor é trabalharmos juntos. Vocês têm muito para se orgulhar. A ascensão do Brasil é um sucesso nosso também, porque mostra ao mundo que a democracia dá certo", disse. Nos últimos anos, houve vários pontos de atrito entre os dois países -sendo o mais notável o apoio brasileiro ao Irã, arqui-inimigo dos EUA. Em tempo de vazamentos diplomáticos via WikiLeaks, a conversa foi franca. "Essa crise [da divulgação de telegramas secretos] nos deu uma nova definição para a palavra arrependimento. Eu mesmo deixei claro que nossa determinação é continuar um diálogo. Isso tudo atingiu o coração do nosso trabalho, mas reforcei que tomamos passos práticos para evitar o problema." A agenda da conversa com Garcia foi ampla. Comércio, América Latina, Haiti, armas nucleares -todos pontos em que há discordâncias. Burns citou a entrevista de Dilma ao jornal "The Washington Post", um dos sinais emitidos pela eleita após o mal-estar da recusa dela em encontrar-se com Barack Obama antes da posse. "Achei a entrevista ótima", disse o diplomata, em referência à crítica de Dilma à abstenção do Brasil da sessão da ONU que apontou violações iranianas. Indagado sobre o desconhecimento sobre Dilma na arena internacional, Burns foi elogioso: "Ela é bem comprometida com os sucessos do país, estou otimista". AVALIAÇÃO POSITIVA Segundo a Folha apurou, o lado brasileiro considerou a conversa positiva e deixou claro que gostaria de ver mais iniciativas comerciais entre os dois países e um maior engajamento por parte de Washington em assuntos latino-americanos. Burns disse que Dilma está convidada a visitar Obama no começo do ano. A secretária de Estado, Hillary Clinton, estará na posse. O americano conversou com Jobim sobre a compra dos novos caças pelo Brasil. A Defesa queria que o negócio de ao menos R$ 10 bilhões ficasse com os franceses, mas Dilma pediu mais tempo para analisar o tema. "Saio daqui convencido de que o negócio não está encerrado. Nossa proposta de ofertar o Boeing F-18 é sem precedentes", afirmou. Burns evitou falar sobre compensações, embora a ideia de uma megacompra de 100 aviões brasileiros Supertucano pela Marinha americana siga no ar. Colaborou NATUZA NERY, de Brasília Texto Anterior: Toda Mídia - Nelson de Sá: A transformação Próximo Texto: Bolsa Família ajuda, mas distorce sistema político, diz d. Odilo Índice | Comunicar Erros |
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