São Paulo, terça-feira, 15 de março de 2011

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Senado homenageia os 90 anos da Folha

Casa enfatiza defesa da liberdade de imprensa e trajetória do jornal e de seu publisher, Octavio Frias de Oliveira

Sessão especial foi comandada por José Sarney e teve, ao todo, os discursos de 12 senadores na tribuna

DE BRASÍLIA

Com discursos que enfatizaram a defesa da liberdade de imprensa e a trajetória do jornal e de seu publisher, Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), o Senado realizou ontem sessão de homenagem aos 90 anos da Folha, completados em 19 de fevereiro.
Ao todo, 12 senadores falaram na solenidade, que durou cerca de duas horas e meia e foi comandada pelo presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), que é colunista do jornal.
Compareceram também ao evento o presidente do TST (Tribunal Superior do Trabalho), João Oreste Dalazen, e os ministros Garibaldi Alves Filho (Previdência) e Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
"Na imprensa brasileira do século 20, a figura de Octavio Frias foi predominante e relevante, não somente como testemunha, mas como protagonista dessa revolução da nossa modernidade, fazendo com que a Folha fosse a vanguarda das mudanças na forma e na linguagem, assumindo o lugar de maior jornal de circulação nacional", afirmou Sarney.
A Câmara dos Deputados já havia realizado, em 22 de fevereiro, sessão de homenagem ao jornal.
Compuseram também a mesa o diretor editorial da Folha, Otavio Frias Filho, e a colunista Maria Cristina Frias, que representaram os acionistas do Grupo Folha.
Em seu discurso de agradecimento, Frias Filho disse que a celebração tinha como alvo as equipes que "ao longo de sucessivas gerações, desde 1921", têm ajudado a construir a Folha.
"O Senado seguramente tem seus problemas, tem suas mazelas, tem suas deficiências. Nós da imprensa também temos os nossos problemas, os nossos defeitos, estamos no limite das nossas possibilidades, procurando reparar esses defeitos, desenvolver o jornalismo que praticamos, a qualidade do serviço que prestamos.
Mas, neste momento, gostaria de reverter essa comemoração e prestar a nossa homenagem ao Senado no que ele representa de melhor como uma casa da liberdade."
A solenidade foi realizada por requerimentos encabeçados pelos senadores Marcelo Crivella (PRB-RJ) e Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que discursaram.
"Se a Folha é hoje um dos veículos mais respeitados do país, isso se deve à firmeza de um posicionamento sempre crítico e independente", disse Ferraço.
"A filosofia do jornal sempre foi noticiar com pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e analítico e independência. Alguns dos principais nomes do jornalismo brasileiro passaram pela Redação da Folha",disse Eduardo Suplicy (PT-SP).

MEMÓRIA
Senador eleito com o maior número de votos no país em 2010 (mais de 11 milhões), Aloysio Nunes (PSDB-SP) lembrou: "Acho que foi na Folha a primeira vez em que eu apareci em uma foto publicada. Foi em 1966 ou 67, na USP, numa reunião de estudantes. Apareciam na foto José Dirceu, Rui Falcão e eu, provavelmente tramando alguma coisa contra o governo".
Outros pontos bastante abordados foram a pluralidade, um dos pilares do Projeto Folha, e a participação do jornal no movimento Diretas Já (1983-84).
O escândalo do mensalão, revelado pelo jornal em 2005, também foi lembrado por José Agripino Maia (DEM-RN), para quem a longevidade do jornal se explica por sua credibilidade. Já a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) disse que a Folha "agita, incomoda, provoca".
Também discursaram na sessão os senadores Pedro Simon (PMDB-RS), Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), Alvaro Dias (PSDB-PR), Wilson Santiago (PMDB-PB), Cícero Lucena (PSDB-PB) e Cristovam Buarque (PDT-DF).


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