São Paulo, sexta-feira, 15 de abril de 2011

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Mantega nega que governo tome medidas a conta-gotas

Ministro diz ser difícil conter preços com alta de juros, que atrai dólares para o país

Em discurso na reunião do FMI, ministro vai rechaçar sugestões de normas de conduta para controles cambiais


DA REUTERS
DE WASHINGTON


O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu ontem o acerto da estratégia do governo para mitigar a valorização do real, mas admitiu que combinar isso com o combate a inflação é difícil.
Mantega negou estar tomando medidas a "conta-gotas" e falou que um exagero poderia ser danoso. "Você não explode uma bomba nuclear porque se não os efeitos colaterais são piores que a medida em si", disse, antes da reunião do G20 e do Fundo Monetário Internacional.
Para o ministro, sem as medidas cambiais do governo, o dólar poderia estar agora entre R$ 1,35 e R$ 1,40 -ontem, fechou a R$ 1,580.
"Não é fácil conseguir conter a inflação, o que significa aumentar juros e, ao mesmo tempo, tomar medidas para conter a valorização do real", disse. "Mas acho que temos conseguido", completou.
De acordo com Mantega, é preferível aumentar a taxação sobre a entrada de dólares a impor restrições mais severas, como uma quarentena. Recentemente, o governo elevou para 6% o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para empréstimos no exterior.
Em sua fala oficial ao FMI amanhã, o ministro deve resistir formalmente a qualquer norma de conduta para controles de capital, segundo cópia preliminar do discurso obtida pela Folha.
A ideia de regulamentar o controle de capitais partiu dos europeus. "Ironicamente, alguns dos países que são responsáveis pela mais profunda crise desde a Grande Depressão e que ainda têm que resolver seus próprios problemas estão ansiosos por prescrever códigos de conduta", dirá o ministro.


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