São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2010

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PRESIDENTE 40 ELEIÇÕES 2010

Marina e Aldo batem boca por ação em fazenda de vice

Deputado cita investigação do Ibama sobre Guilherme Leal e candidata o acusa de fazer "estelionato ambiental" no Congresso

BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO

Relator da reforma do Código Florestal na Câmara, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP) trocou farpas ontem com a presidenciável Marina Silva (PV), que se opõe às mudanças na lei.
Ele ironizou a investigação do Ibama sobre suposto crime ambiental na fazenda do vice da senadora, Guilherme Leal, em Uruçuca (BA). A provocação irritou Marina, que o acusou de cometer "estelionato ambiental".
Segundo Rebelo, a ação na fazenda de Leal seria uma prova do suposto rigor excessivo do código em vigor.
"Neste negócio de desmatamento ilegal, parece que na República não escapa ninguém. Nem os que têm mais compromisso com a sustentabilidade", alfinetou.
"Acredito na boa-fé dele e de milhões de agricultores brasileiros que estão na mesma situação. Mas, por mais bem informado que seja, o Guilherme Leal pode ter sido surpreendido", disse.
Ao saber das declarações, Marina disse que seu vice está "inteiramente tranquilo" e respondeu em tom ríspido.
"O deputado não pode usar isso como justificativa para o estelionato ambiental que estão tentando promover com a mudança do código", afirmou.
Ela se declarou surpresa com Rebelo. "Ele falou isso mesmo? Que coisa primária...", disse a jornalistas.
Os dois quase se encontraram ontem, em evento da UGT (União Geral dos Trabalhadores). Representando Dilma Rousseff (PT), Rebelo foi embora antes da chegada da senadora, com uma hora de atraso. A organização intercedeu nos bastidores para evitar o encontro.

SLOGAN LULISTA
Em discurso para 300 sindicalistas, Marina se comparou ao presidente Lula e usou slogan de campanha dele em 1989 para pedir votos.
"O Brasil perdeu o medo de ser feliz e pode continuar ousando e escolher a primeira mulher presidente", disse. "Vocês podem continuar votando num Silva, porque eu também sou Silva."
Ela afirmou ter origem semelhante à de Lula, e acrescentou que os trabalhadores perderam o medo de votar "em alguém igual à gente".


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