São Paulo, quinta-feira, 15 de julho de 2010

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Comissão aprova volta do diploma para jornalistas

DE BRASÍLIA

A volta da obrigatoriedade do diploma para jornalistas foi aprovada ontem pela comissão especial da Câmara dos Deputados que analisou o assunto. Em votação simbólica, os parlamentares ratificaram o parecer do relator Hugo Leal (PSC-RJ).
A PEC (proposta de emenda constitucional), do deputado Paulo Pimenta (PT-RS), é uma resposta à decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de junho de 2009 que revogou a exigência do diploma para jornalistas.
O STF considerou que o decreto-lei 972 de 1969, que exige o documento, é incompatível com a Constituição, que garante a liberdade de expressão e de comunicação.
O relatório aprovado ontem acrescenta um parágrafo ao artigo 220 da Constituição. Pelo novo texto, a necessidade do diploma em jornalismo e do registro profissional nos órgãos competentes não representa uma restrição às liberdades de pensamento e informação jornalística.
A proposta aprovada diz que profissionais que tiraram registro entre junho de 2009 e a futura promulgação da PEC poderão atuar na área.
O texto aprovado ontem ainda terá de ser votado em dois turnos pelo plenário da Câmara e, depois, pelo Senado. Caso seja alterado, retorna para a análise dos deputados. Como é PEC, não passa por sanção presidencial.
A aprovação da proposta foi criticada pelo diretor-executivo da ANJ (Associação Nacional de Jornais), Ricardo Pedreira. "Entendemos que a decisão do STF foi adequada. Precisamos de boas escolas de jornalismo, não de regulamentação da profissão."
Pedreira disse que, caso o projeto seja promulgado, a entidade acionará o STF.
O presidente da Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas), Sérgio Murillo, elogiou o resultado. "Hoje não há critérios para o exercício da profissão, é uma situação absurda. Agora adequamos o texto da Constituição à decisão do Supremo", afirmou.
Há outro projeto, em tramitação no Senado, que restabelece a volta do diploma. Proposto pelo senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), o projeto aguarda para ser votado pelo plenário.


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