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Em documento, mídia defende liberdade
Texto enviado ao governo por entidades afirma que Estado não pode intervir no setor e menciona autorregulação
Documento foi resposta ao ministro de Assuntos Estratégicos, que pediu às empresas projeção sobre o setor em 2022
DE BRASÍLIA
As principais entidades representativas dos meios de
comunicação encaminharam um documento de seis
páginas para o ministro Samuel Pinheiro Guimarães, da
Secretaria de Assuntos Estratégicos, defendendo que "a
liberdade de pensar e externar opiniões e informações,
sem controle de quem quer
que seja, é da própria essência da democracia".
O texto foi enviado em resposta a um ofício de Pinheiro
Guimarães a diversos dirigentes de empresas associadas às entidades, pedindo-lhes suas avaliações sobre
como deverá ser o setor no
Brasil em 2022.
As empresas decidiram
unificar o seu posicionamento, assinado pela Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão),
pela ANJ (Associação Nacional de Jornais) e pela Aner
(Associação Nacional de Editores de Revistas).
Essas entidades defendem
o modelo democrático criado
pela Constituição Federal de
1988 e argumentam: "Com a
ampla e livre difusão de informações e a permanente
promoção do debate, os
meios de comunicação possibilitam que a nação fale consigo mesma e forme os consensos necessários para os
avanços sociais, políticos e
econômicos".
Acrescentam: "Esperamos
que floresça, nos próximos
anos, uma exuberante cultura de autorregulação nos
meios de comunicação brasileiros como consequência
necessária do princípio segundo o qual "o Estado não
fiscaliza a imprensa, e, sim, a
imprensa fiscaliza o Estado'", como prega o ministro
Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal.
Após citarem o artigo da
Declaração dos Direitos Humanos sobre a liberdade de
opinião e de expressão e de
enumerarem dez enunciados
internacionais subscritos pelos presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2006, os representantes do setor defendem
vários princípios de não intervenção, inclusive o de que
o exercício da profissão de
jornalista não seja regulado
pelo Estado.
COMBATE À IMPUNIDADE
As entidades defendem
ainda que o poder público
combata a impunidade dos
crimes contra jornalistas, a
aprovação de uma lei de
acesso à informação pública,
a liberdade de informação
comercial e os direitos autorais de jornalistas e empresas
jornalísticas no uso de suas
informações na internet.
O texto foi enviado em 24
de junho, justamente quando aumentam as dúvidas
quanto às intenções do PT
em relação à liberdade de imprensa no país.
Conforme o próprio ministro Pinheiro Guimarães já
disse à Folha, o seu projeto
"Brasil 2022" pode "ser útil"
para o programa da candidata do partido à Presidência,
Dilma Rousseff.
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