São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2010

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Polícia investiga empresa de irmão de agente federal

JOÃO CARLOS MAGALHÃES
ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ (AP)

A Servi San, empresa de vigilância que tem como gerente um irmão de Romero Menezes, ex-número dois da Polícia Federal, presta serviços para o TCE (Tribunal de Contas do Estado) do Amapá, um dos órgão que, segundo a própria PF, desviou verbas públicas no Estado.
O administrador da Servi San em Macapá disse que o contrato com o TCE foi levado por policiais federais para ser analisado em Brasília, durante a Operação Mãos Limpas, que, na sexta-feira, prendeu o presidente do tribunal, Júlio de Miranda.
Questionado sobre como sabia que o contrato estava lá, ele disse que era uma "dedução", uma vez que "quando eles [policiais federais] vêm, eles vêm atrás de contrato grande". O administrador, porém, não quis dizer o valor do contrato nem seu nome -só Lisandro.
Segundo Lisandro, o contrato é regular e foi firmado por meio de um pregão presencial. O processo, porém, foi contestado por outras empresas no TCE. Por isso o serviço só começou a ser prestado em abril deste ano, disse.
No TCE, a Folha averiguou que, de fato, vigilantes da Servi San guardam o prédio.
A reportagem tentou entrevistar o vice-presidente, Manoel Dias, o diretor-geral, Damilton Salomão, e a diretora de recursos humanos, Neuci Vasques. Todos disseram estar "em reunião".
Há dois anos, Romero Menezes foi preso por ter supostamente beneficiado a empresa do irmão no AP. À época, era diretor-executivo da PF, abaixo apenas do diretor-geral, Luiz Fernando Corrêa -que lhe deu voz de prisão.
Sobre ele recaíram as suspeitas de ter cometido advocacia administrativa, tráfico de influência e corrupção passiva privilegiada. Ele nega ter agido ilegalmente.
Ontem, a reportagem contatou a assessoria da PF em Brasília. Até a conclusão desta edição, não havia retorno.


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