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MTA pede autorização para ampliar voos
Companhia é investigada pela PF por suposto envolvimento em lobby na Casa Civil
MATHEUS LEITÃO
FERNANDA ODILLA
DE BRASÍLIA
A empresa aérea MTA pediu autorização para fazer 30
voos charters (não regulares)
para transporte de carga para
Miami (EUA) nos próximos
três meses, apesar de não
operar desde o dia 29 de setembro para os Correios.
A informação foi confirmada à Folha pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) na tarde de ontem.
O pedido foi feito na terça-feira, mas a autorização ainda depende de resposta da
agência de aviação norte-americana. Os novos voos foram solicitados mesmo com
as rotas regulares para Miami, aos sábados e domingos,
que a MTA já tem.
Investigada pela PF, a
MTA é uma das empresas
que teriam usado o esquema
de lobby na Casa Civil.
A companhia obteve contratos com os Correios após
contato com a empresa dos
filhos da ex-ministra Erenice
Guerra, que perdeu o cargo
após as revelações.
Os voos charters da MTA
para Miami permitem voar
sem prazo de volta para o
Brasil. "Uma vez que o avião
sai do território nacional, que
garantia temos que ele volta?", disse o advogado Douglas Silva Telles à Folha.
Ele pretende ingressar na
Justiça para impedir a saída
do Brasil dos aviões (três DC-10 e um Airbus). O advogado
prestou serviços à companhia e agora teme não receber seus honorários.
A polícia investiga se os
donos da MTA são laranjas
do argentino Alfonso Rey,
que vive em Miami (EUA). A
legislação brasileira impede
que estrangeiros controlem
empresas aéreas.
O advogado da MTA, Marcos Pagliaro, nega que a empresa pretenda retirar aviões
do país para não quitar dívidas e multas. Pagliaro confirmou que a MTA enfrenta dificuldade financeira para
cumprir os contratos com os
Correios, mas pretende retornar as atividades no setor privado, o que justificaria o pedido dos voos charters.
Três funcionários da MTA,
que pediram anonimato, disseram ontem que ao menos
12 empregados foram demitidos neste mês porque a empresa desistiu de comprar
nova avião que transportaria
cargas para o Nordeste.
Por ter deixado de operar
para os Correios, a MTA já foi
multada em R$ 727.981,01. A
estatal abriu em 8 de outubro
um processo de rescisão do
contrato com a MTA, que tem
dez dias para apresentar sua
defesa. O contrato engloba as
linhas Guarulhos-Salvador e
Guarulhos-Recife.
O governo editou ontem
medida provisória para prorrogar até 11 de junho de 2011
o processo de licitação das
agências franqueadas dos
Correios. Cerca de 1.200
agências foram distribuídas
politicamente nos últimos 20
anos. O governo diz que não
houve tempo para a licitação.
Colaboraram ANDREZA MATAIS e LEILA
COIMBRA, de Brasília, e MAURÍCIO
SIMIONATO, de Campinas
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