São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 2011

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Conselho de Ética defende processo contra filha de Roriz

Jaqueline admitiu caixa 2 na campanha de 2006, quando foi filmada recebendo dinheiro de assessor de governo

Deputados entendem que, apesar de imagens serem de 2006, episódio teve consequências nas eleições de 2010

MARIA CLARA CABRAL
DE BRASÍLIA

Deputados do Conselho de Ética da Câmara defenderam ontem a abertura de processo imediato contra a deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), filmada recebendo dinheiro do delator do mensalão do DEM, Durval Barbosa.
A avaliação dos deputados ouvidos pela Folha é que, apesar de o vídeo, de 2006, ser anterior ao mandato da deputada, o episódio teve consequência para a sua eleição. Na época, ela era candidata a deputada distrital. Além disso, dizem os parlamentares, o fato só veio a público após ela ser eleita.
"Se tivesse sido antes, ela teria recebido os votos? Creio que não", disse José Carlos Araújo (PDT-BA), que deve ser eleito hoje presidente do conselho.
Até agora, o entendimento era que fatos cometidos antes do mandato não eram alvo de investigação.
"Nesse caso é diferente, observamos um fio de continuidade", disse o deputado Fernando Ferro (PT-PE), que integrará o conselho.

CAIXA DOIS
Outro ponto que pesa para a abertura de processo é o fato de ela ter admitido, em nota divulgada anteontem, que recebeu dinheiro para caixa dois de campanha.
"Ela é ré confessa, admitiu que recebeu dinheiro de origem duvidosa e não declarado. Tudo isso tem que ser apurado", afirmou Abelardo Camarinha (PSB-SP), outro integrante do colegiado.
O conselho será instalado hoje e pelo menos o PSOL já disse que deve apresentar pedido de investigação.
Além disso, o corregedor-geral da Casa, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), confirmou que vai abrir processo que depois será enviado ao Conselho de Ética.
"São fatos gravíssimos, as imagens falam por si só. Por isso é importante que a Câmara dê uma resposta à sociedade", disse.

CONSELHO
Entre os integrantes do Conselho de Ética, pelo menos três têm problemas com a Justiça, respondendo a inquéritos ou ações penais no Supremo: Vinícius Camarinha (PSB-SP), Marcos Medrado (PDT-BA) e Wladimir Costa (PMDB-BA).
O primeiro se defende dizendo que ainda não tem nenhuma condenação e tudo está sendo gradativamente arquivado a partir da realização dos julgamentos. Os outros dois não foram localizados pela Folha.


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