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Caixa vai indenizar caseiro em R$ 500 mil por violar sigilo
Banco vai recorrer da decisão; para juiz, "simplicidade da vida" de Francenildo sofreu abalos após a quebra
Após acusar Palocci de frequentar mansão em Brasília com lobistas, o caseiro teve os dados bancários quebrados
MÁRCIO FALCÃO
GABRIELA GUERREIRO
DE BRASÍLIA
Pivô de um dos maiores escândalos do governo Lula, o
caseiro Francenildo dos Santos Costa vai receber R$ 500
mil em indenização da Caixa
Econômica Federal pela violação do seu sigilo bancário,
em 2006. A Caixa informou,
em nota, que vai recorrer.
A decisão é do juiz Itagiba
Catta Preta Neto, da 4ª Vara
da Seção Judiciária do DF.
Há quatro anos, Francenildo acusou o deputado Antonio Palocci (PT-SP), então
ministro da Fazenda, de frequentar mansão em Brasília
na companhia de lobistas.
Depois disso, teve seu sigilo
bancário quebrado.
"O pagamento de indenização tem dupla função: busca reparar ou minimizar o dano causado, somando-se ainda um caráter punitivo ao
seu causador a fim de que este não volte a incorrer na
mesma prática", diz o juiz.
Preta Neto afirma que a
"simplicidade da vida" de
Francenildo sofreu abalos
por conta da violação.
Na decisão, o juiz negou
ação de Francenildo contra a
Editora Globo por publicar
reportagem com seus dados
bancários sigilosos.
"Eu já esperava porque foi
cometido um erro contra
mim", disse Francenildo.
"Agora, se isso for verdade,
já dá para resolver alguma
coisa", afirmou o ex-caseiro,
que vive de trabalhos temporários de jardinagem.
O episódio derrubou Palocci do Ministério da Fazenda, e o então presidente da
Caixa, Jorge Mattoso. O petista foi inocentado pelo Supremo Tribunal Federal.
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