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"Laranja" tinha R$ 50 mi em imóveis
Autoridades que desviavam dinheiro no Amapá escondiam patrimônio; PF quer localizar recursos públicos
Justiça libertou 12 presos, mas governador e ex-governador vão permanecer pelo menos mais 5 dias na prisão
DE BRASÍLIA
DO ENVIADO ESPECIAL A MACAPÁ
A Polícia Federal está à
procura de laranjas das autoridades do Amapá presas na
Operação Mãos Limpas. A intenção é conseguir identificar para onde foi o dinheiro
dos recursos públicos desviados pelos suspeitos.
A Folha apurou que pelo
menos uma pessoa foi identificada escondendo patrimônio de uma das autoridades
investigadas. Só esse laranja
teria em seu nome imóveis
avaliados em R$ 50 milhões
em várias cidades do país.
Na sexta-feira, a PF iniciou
a operação em que 18 pessoas foram presas temporariamente, entre elas o governador Pedro Paulo Dias (PP),
candidato à reeleição, o ex-governador Waldez Goes
(PDT), candidato ao Senado,
e o presidente do TCE, José
Júlio de Miranda.
Ontem, 12 pessoas foram
liberadas pela Justiça, mas o
governador e o ex-governador, o presidente do TCE e
outras três pessoas permanecerão pelo menos mais cinco
dias presos. A PF avalia que a
quadrilha pode ter desviado
mais de R$ 300 milhões.
O inquérito da PF aponta
que o presidente do TCE autorizou saques de dinheiro
em espécie de R$ 7,5 milhões
num período de 14 meses das
contas da instituição. Dentro
do período de saques, Miranda depositou R$ 1,2 milhões
de volta nas contas do órgão.
A Folha procurou, mas
não conseguiu contato com
os advogados de Miranda.
IMPEACHMENT
Apesar de ver motivos para o impeachment do governador, o presidente da Assembleia do Amapá e concorrente de Dias na disputa pelo
governo, Jorge Amanajás
(PSDB), afirmou à Folha que
não há tempo hábil para finalizar o processo.
Isso significa que, "[o pedido de impedimento feito
pela oposição] não deverá ter
nenhum resultado prático",
afirmou Amanajás.
Como presidente da Casa,
caberá a ele comandar todo o
processo, que demorará "no
mínimo, uns quatro meses".
"Então não há tempo hábil, na verdade, para finalizar
todo o processo, já que temos
apenas três meses e meio aí
de mandato do atual governador. E, se fizer à pressas,
sem obedecer aos trâmites,
ele [processo] volta."
Ontem à tarde, três dos
presos em Brasília que foram
libertados chegaram a Macapá (AP). Não falaram com a
imprensa.
(DIMMI AMORA, LUCAS FERRAZ e JOÃO CARLOS MAGALHÃES)
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