São Paulo, quinta-feira, 16 de setembro de 2010

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OUTRO LADO

Governo confirma audiência, mas nega presença de Erenice

Casa Civil disse também que Vinícius Castro "nunca participou de nenhuma" reunião do gênero com a ministra

DE BRASÍLIA

A Casa Civil confirmou ontem que houve uma reunião com representantes da EDRB em novembro na sede da Presidência, mas negou que a hoje ministra Erenice Guerra tenha participado. "A audiência foi pedida inicialmente com a secretária- executiva, mas, por incompatibilidade de agenda, foi conduzida pelo então assessor especial e atual chefe de gabinete da Casa Civil", informou a assessoria. A Casa Civil disse também que o ex-assessor Vinícius Castro também "nunca participou de nenhuma" reunião do gênero com Erenice. A assessoria da Casa Civil afirmou que consta na agenda uma reunião com a empresa KVA Elétrica, e não com a EDRB.
Ambas as empresas são representadas pelo consultor Rubnei Quícoli. "Foi feita uma apresentação do perfil da empresa, que mostrou suas ideias e perspectivas de contribuir para a melhoria do meio ambiente na área energética, por meio de novas tecnologias. Nenhum encaminhamento ou pedido foi derivado dessa audiência", disse a assessoria.
A Casa Civil não comentou o relato de duas pessoas (Aldo Wagner e Quícoli, da EDRB) que afirmam ter se encontrado com Erenice, em 10 de novembro. Diretor dos Correios na época do negócio, Marco Antonio Oliveira confirmou ontem à Folha que foi abordado no ano passado pela EDRB e que entregou o projeto de energia solar para o sobrinho, Vinícius, então assessor na Casa Civil.
Por meio de um assessor, Marco Antonio disse à Folha, também, que "ficou sabendo" da audiência entre os empresários e Erenice. O ex-diretor dos Correios contou que conheceu Quícoli, da EDRB, num restaurante no Rio de Janeiro e que se reuniu com ele num hotel em Brasília para tratar do projeto de "torres solares". "Realmente conheci o Rubnei.
Apresentei para o Vinícius o projeto dele na área de energia solar, que era interessante. Pelo que soube, não deu certo. E nada mais." Oliveira, contudo, rechaçou a acusação de que cobrou dinheiro para a campanha presidencial petista em troca da liberação do financiamento do BNDES para a EDRB. "Isso não existiu."
Indagado se a EDRB pediu empréstimo e se a solicitação foi recusada, o BNDES não quis fazer comentários. A Folha esteve no prédio onde mora Vinícius Castro, sobrinho de Marco Antonio, mas não o encontrou -ele não foi localizado por telefone. Israel Guerra, filho de Erenice, e o advogado dele também foram procurados, mas não atenderam as ligações.
Também não foi localizado Adriano da Silva Costa, constituído representante da empresa de lobby do filho da ministra da Casa Civil. Nos últimos dois dias, a reportagem esteve quatro vezes na sede da empresa em que ele aparece como sócio em Brasília (Synergy) e encontrou a porta trancada.
A administração do prédio informou que ninguém apareceu no escritório neste mês. Questionada se algum representante se reuniu com a EDRB na virada de 2009 para 2010 para tratar de projeto de energia solar, a estatal Chesf disse, que "pelo tempo transcorrido e a demanda, não se recorda desse encontro em especial". (RUBENS VALENTE, FERNANDA ODILLA E ANDREZA MATAIS)



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