São Paulo, quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

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ANÁLISE

Presidente esquece a Índia ao prever crescimento econômico

ÉRICA FRAGA
DE SÃO PAULO

A economia brasileira até poderia se tornar a quinta maior do mundo em 2016, como previu ontem o presidente Lula, não fosse a Índia no meio do caminho.
O Brasil vem ganhando posições no ranking de maiores potências -medidas pelo PIB (Produto Interno Bruto) nominal em dólares.
Estava no 12º lugar no início da década e alcançou o oitavo em 2009.
Nos últimos anos, a economia brasileira se tornou maior que a espanhola e a canadense e está quase encostando na italiana.
Mas o Brasil não está sozinho com países ricos -fortemente abalados pela crise global- nessa corrida.
Há muitos emergentes crescendo a ritmo mais forte que o Brasil há anos.
Entre eles, a Índia-11ª maior economia em 2009, mas que deverá crescer acima de 8% nos próximos anos, contra projeções de 4,5% a 5% para o Brasil.
Nesse ritmo, a Índia deverá passar o Brasil -e outros - nos próximos anos. Com a perspectiva de continuação do crescimento medíocre na Europa, a economia brasileira poderá até desbancar a francesa e a britânica.
Mas ainda assim chegaria em 2016 em sexto lugar, atrás de EUA, China, Japão, Alemanha e Índia.
Mesmo que Lula erre sua previsão, se tudo correr bem, baterá na trave. Além disso, quinta ou sexta maior economia estaria de bom tamanho para um país com histórico nada longínquo de crescimento fraco e errático.
Resta saber, se o Brasil realmente chegará lá. Paira no ar a dúvida se o novo governo adotará medidas que garantam crescimento entre 4,5% e 5%.
Riscos a esse desempenho -de infraestrutura deficiente e recente excesso de gastos públicos a ambiente externo desfavorável- abundam.


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