São Paulo, segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Advogados estudam estratégias e preveem 10 dias de julgamento

FLÁVIO FERREIRA
FREDERICO VASCONCELOS

DE SÃO PAULO

O caso do mensalão está prestes a entrar na reta final e os advogados dos 38 réus do processo já começam a preparação para o julgamento da principal causa jurídica da história do país, que pode ocorrer no fim deste ano.
O desafio maior será o do relator da ação penal, o ministro Joaquim Barbosa, que tem a responsabilidade de elaborar o relatório e o voto que servirão de base para a definição do plenário do STF (Supremo Tribunal Federal).
Além dos 191 volumes e 50 mil páginas do processo, Barbosa enfrenta problemas de saúde e a ameaça das primeiras prescrições de pena no caso a partir de agosto.
Na preparação para o desfecho da ação, o defensor do ex-ministro José Dirceu, José Luís Oliveira Lima, vai reforçar suas alegações com trabalhos de especialistas.
"Vou contratar pareceres de dois processualistas para corroborar nossa tese de defesa", afirmou.
Marcelo Leonardo, advogado do empresário Marcos Valério, diz que avalia pedir o desmembramento da causa para que no STF só sejam julgados quem tem foro privilegiado. Tentativas anteriores já foram negadas.
O advogado Alberto Zacharias Toron, que tem como cliente o deputado federal João Paulo Cunha (PT), diz que o momento de sua apresentação no julgamento será o mais importante da defesa.
"A exposição da nossa tese com contundência e clareza poderá fazer a diferença."
Para Antônio Claudio Mariz de Oliveira, defensor de uma ex-dirigente do Banco Rural, "há inúmeros depoimentos de testemunhas, e é preciso compará-los para tirar as conclusões para as alegações finais".
Até agora, a causa iniciada em agosto de 2007 teve um andamento rápido para os padrões da Justiça brasileira.
No final de 2010, Barbosa abriu uma última oportunidade para as partes pedirem a realização de novas diligências ou outras medidas.
O ministro já decidiu sobre alguns desses requerimentos e essa etapa não deve consumir muito tempo. Isso porque ele tem rechaçado todos os pedidos que têm clara intenção de atrasar o caso.
Superada esta fase, o ministro abrirá às partes um prazo de 15 dias para apresentação de alegações finais.
Depois, Barbosa poderá pedir alguma nova perícia ou ato processual, e, em seguida, partirá para a redação do relatório e do seu voto.
Só então a causa estará pronta para o julgamento. A previsão dos advogados é que a sentença só saia depois de dez dias de sessões.


Texto Anterior: Delúbio já articula sua refiliação ao PT
Próximo Texto: Governo Lula inchou conselhos de estatais
Índice | Comunicar Erros



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.