Segundo ele, aumento sancionado anteontem a aposentados pode ajudar qualquer um dos presidenciáveis

Presidente também aprovou ontem um reajuste médio de 9% para funcionários da Câmara dos Deputados

KÁTIA BRASIL
DE MANAUS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ontem em Manaus que o reajuste de 7,7% para aposentados e pensionistas do INSS, sancionado por ele anteontem, tenha sido para ajudar a candidatura à Presidência da ex-ministra Dilma Rousseff (PT).
"Eu não sei por que isso ajudaria Dilma, porque isso pode ajudar o [José] Serra [PSDB], pode ajudar a Marina [Silva, do PV], mas, certamente, tem uma pessoa que eu sei que vai ser ajudada: são 8 milhões de aposentados que ganham mais de um salário mínimo", afirmou.
No dia anterior à sanção, Lula havia afirmado que não se deixaria seduzir por "qualquer extravagância que alguém queira fazer por conta do processo eleitoral".
O presidente negou também que, ao sancionar o reajuste aprovado pelo Congresso, tenha contrariado a equipe econômica, que dizia não haver dinheiro para pagar o aumento. A proposta do governo era de 6,14%.
"As equipes me dão orientação, e eu tomo a decisão", disse Lula, que se reuniu em Manaus com o presidente do Peru, Alan García.
Segundo ele, com o aumento do consumo e a maior arrecadação de impostos, será possível recuperar o dinheiro gasto com o reajuste.
Mesmo assim, afirmou que haverá corte no Orçamento, inclusive em emendas dos congressistas.
O presidente também sancionou um reajuste médio de 9% para os servidores e funcionários com cargos comissionados da Câmara.
O aumento poderá ser maior ou menor que 9%, de acordo com cada carreira.
O reajuste aumentará, a partir de julho, em cerca de R$ 200 milhões a folha de pagamento da Casa neste ano, totalizará R$ 2,8 bilhões.

Colaborou a Sucursal de Brasília

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